Trilha Transcarioca

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Trilha Transcarioca
Esfera Administrativa: Municipal
Estado: Rio de Janeiro
Município: Rio de Janeiro
Categoria: Corredor Ecológico
Bioma: Mata Atlântica
Área: 25000
Diploma legal de criação: O Corredor Ecológico formado pela Trilha Transcarioca não é ainda formalmente reconhecido pelo Ministério do Meio Ambiente, mas tem sido utilizado como estratégia de conservação pelo Mosaico Carioca de Áreas Protegidas, que foi criado pela PORTARIA MMA Nº 245, de 11 de julho de 2011.
Coordenação regional / Vinculação: Mosaico Carioca de Áreas Protegidas (http://mosaico-carioca.blogspot.com.br/)
Contatos: mm.antonelli@gmail.com

Localização

Como chegar

A Trilha Transcarioca atravessa a Cidade do Rio de Janeiro de oeste a leste, conectando no trajeto sete Unidades de Conservação. Há mais de cem pontos de acesso à Trilha Transcarioca. Seu início fica em Barra de Guaratiba. Em seu final, a Trilha Transcarioca pode ser acessada pela Pista Claudio Coutinho, no bairro da Urca. Alguns outros pontos de acesso são a Sede do Parque Natural Municipal de Grumari, a estrada da Grota Funda, a Estrada dos Teixeiras, a Subsede do Parque Estadual da Pedra Branca, na Estrada do Camorim, a sede do Parque Estadual da Pedra Branca na estrada do Pau da Fome, a Estrada Grajaú Jacarepaguá, o Largo do Bom Retiro na Floresta da Tijuca, o Centro de Visitantes da Floresta da Tijuca, o Museu do Açude, o Portão de entrada da Floresta da Tijuca, no Alto da Boa Vista, A rua Amado Nervo no Alto da Boa Vista, a Mesa do Imperador, a Vista Chinesa, o Solar da Imperatriz no Horto, a Cachoeira da Gruta, no Horto, a rua Sarah Villela, o Hotel das Paineiras, o Monumento do Corcovado, o Parque Lage, a Lagoa Rodrigo de Freitas, o Parque Natural Municipal da Catacumba, a rua Vitória Régia, e a Ladeira do Leme entre outras várias possibilidades.

Ingressos

Percorrer a Trilha Transcarioca é gratuito.

Onde ficar

É objetivo do Mosaico Carioca inventariar e cadastrar hotéis, albergues e pousadas próximos aos diversos acessos da Trilha. Todos os acessos da Trilha, hoje são alcançáveis por transportes públicos da malha do Rio de Janeiro, tornando possível a hospedagem em qualquer estabelecimento hoteleiro da cidade.

Objetivos específicos da unidade

O objetivo principal de manejar a Trilha Transcarioca é assegurar que os Parques do Rio serão ligados por um corredor ecológico, que facilitará o fluxo genético entre eles e cuja integridade terá um grupo permanente de apoio à sua manutenção — os próprios usuários. O objetivo secundário de constituir uma Trilha Transcarioca, atravessando todo o município do Rio de Janeiro, bem sinalizada e com manutenção frequente, é gerar atividade de recreação, quantificável em valores econômicos e que de vai proporcionar bem estar e melhorias na saúde pública.

Na área entre o Parque Estadual da Pedra Branca e o Parque Nacional da Tijuca, a Trilha Transcarioca serve sobretudo, para estabelecer uma coluna vertebral verde entre os dois parques. Uma cabeça de ponte para a proteção da área que liga essas duas Unidades de Conservação. A partir da demarcação da trilha, podemos sonhar com o manejo efetivo daquela área e com as medidas práticas benéficas que se seguem, como o reflorestamento e a construção de passagens de fauna sobre as estradas Grajaú Jacarepaguá e Grota Funda entre outras.

Planejamento e Implantação

A Trilha Transcarioca tem hoje mais de 100 km prontos e totalmente sinalizados. Quando estiver completamente pronta cruzará o Rio de Janeiro por um percurso de aproximadamente 170 km, saindo da Barra de Guaratiba até o Morro da Urca, aos pés do Pão de Açúcar (quando incluir a Restinga de Marambaia,serão 250 km). Durante o seu trajeto, o visitante pode apreciar atrativos naturais pouco conhecidos da cidade e descortinar a Cidade Maravilhosa de ângulos inusitados. A trilha pode ser percorrida na sua integralidade ou em trechos, de acordo com o interesse, a aptidão e a disponibilidade de tempo de seus usuários.

A Trilha Transcarioca integra seis unidades de conservação de proteção integral e uma sustentável, sendo elas:

  • Parque Natural Municipal de Grumari;
  • Parque Estadual da Pedra Branca;
  • Parque Nacional da Tijuca;
  • Parque Natural Municipal da Catacumba;
  • Parque Natural Municipal da Paisagem Carioca;
  • Monumento Natural Municipal dos Morros do Pão de Açúcar e da Urca
  • Área de Preservação Ambiental e Recuperação Urbana Municipal do Alto da Boa Vista

A Trilha permite também a conectividade com outras áreas protegidas como a Reserva Biológica Estadual de Guaratiba o Sítio Burle Max, o Parque Natural Municipal da Prainha, o Parque Estadual do Grajaú, o Museu do Açude, o Parque Natural Municipal da Cidade, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, a Lagoa Rodrigo de Freitas e o Parque Estadual da Chacrinha. Em um segundo momento, a trilha deverá também abranger a Restinga da Marambaia e o Morro Cara de Cão.

Seu traçado inicial foi elaborado por um grupo de trabalho constituído pelos gestores das unidades de conservação e técnicos do ICMBio, INEA e SMAC, bem como por membros da Conservação Internacional (CI) e voluntários conhecedores da malha de caminhos das unidades abrangidas, com base no percurso descrito por CUNHA e MENEZES (2000). O planejamento iniciou-se pelo diagnóstico dos atrativos e trilhas existentes nas unidades de conservação e seu entorno imediato, com base nas cartas topográficas do Instituto Pereira Passos de planejamento urbano (IPP, 1999) e nos bancos de dados das unidades. O traçado foi então proposto de maneira a permitir a passagem pelos principais atrativos ecoturísticos da cidade, aproveitando as trilhas preexistentes.

A fim de ampliar a discussão para outros setores da sociedade, em 2013, o Mosaico Carioca organizou dois Seminários Internacionais de Trilhas de Longo Curso, que apresentaram um panorama geral sobre as trilhas de longo curso no Brasil e no mundo, reunindo cerca de trezentos convidados do Brasil, Argentina, Estados Unidos, África do Sul e Portugal. Conferencistas, pesquisadores, montanhistas e gestores de unidades de conservação participaram de oficinas técnicas para debater temas como segurança, comunicação, sinalização, manejo, divulgação, geração de emprego e renda, assim como o traçado da Trilha em seus diferentes trechos. Os resultados das discussões foram sumarizados pelos coordenadores de cada oficina na forma de relatórios com recomendações.

A divulgação da Trilha vem sendo feita por meio de redes sociais e em diversos veículos de mídia impressa, televisão, rádio e 'websites'. Também foi produzido material de divulgação como folhetos, mapas, camisetas e 'banners' informativos. Grande parte dos trabalhos de sinalização e manutenção da Trilha Transcarioca tem sido feito por equipes de voluntários, que realizam mutirões ou trabalham individualmente na Trilha em suas horas vagas. Entre as instituições que já trabalharam voluntariamente na Trilha, apoiaram ou, apoiam os trabalhos da Transcarioca estão a Federação de Esportes de Montanha do Estado do Rio de Janeiro (FEMERJ), o Centro Excursionista Brasileiro (CEB), o Centro Excursionista Guanabara (CEG), o Clube Excursionista Light (CEL), o Programa Adote uma Montanha da Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada (CBME), o Acceso PanAm, a União de Caminhantes e Escaladores Rio de Janeiro (UNICERJ), o Clube dos Aventureiros,o Instituto Moleque Mateiro, os Amigos do Perigoso, o Grupo Trilhas Quase Secretas, a Makalu, a Equipe Defensores das Florestas – Rio Trilhas, o Grupo Terra Limpa, a SOS Mata Atlântica, a Conservação Internacional, a WWF, a Associação de Amigos do Parque Nacional da Tijuca e o Mosaico Carioca e o SEMEIA.

Situação atual da trilha

Atualmente a Trilha Transcarioca possui cerca de 100 km manejados e sinalizados por meio de sinalização rústica, que utiliza tabuletas de madeira indicando nominalmente o próximo destino, intermediadas por pinturas em árvores e rochas de um logotipo amarelo cuja representação é uma pegada de bota com a figura do Cristo Redentor carregando uma mochila desenhada em sua sola. Essa logomarca, também usada na folheteria e demais materiais atinentes à Trilha, foi desenvolvida pelo INEA-RJ para o Mosaico Carioca e é aplicada ao longo do traçado, segundo um Manual de Sinalização, desenvolvido pelo Mosaico Carioca (http://sinalizetrilhas.wikiparques.org.br)/.

A metodologia utilizada na sinalização não “inventa a roda”. Ela segue o padrão em vigor em caminhos de longo curso europeus, norte-americanos, australianos, argentinos e sul-africanos entre outros. Para sua elaboração foram visitadas e fotografadas cerca de 100 trilhas de longo curso em mais de cinquenta países. No Brasil a sinalização rústica, tal como adotada na Trilha Transcarioca, tem sido testada com êxito no Parque Nacional da Tijuca desde 1999 (após o início de sua utilização o número de pessoas perdidas no PNT caiu em média de 100 por ano para menos de 5 ao ano).

A página do Facebook da Trilha Transcarioca (https://www.facebook.com/TrilhaTranscarioca) possui cerca de 1.900 seguidores. Já foram publicadas diversas matérias em meios de divulgação impressos, como jornais de grande circulação, revistas de circulação nacional, revistas de bairro e veículos oficiais. A trilha também já foi tema de reportagens na TV aberta e possui mais de 5.000 citações em websites, com alguns filmes no YouTube.

Recentemente, a trilha foi apresentada em dois encontros científicos: o IX Fórum de Planejamento Turístico da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), e o III Congresso de Natureza, Turismo e Sustentabilidade, no qual recebeu o prêmio de menção honrosa. Também a UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) considerou a Trilha Transcarioca um dos melhores exemplos mundiais de boa gestão para o estímulo à criação de corredores entre Unidades de Conservação urbanas. Guia de Melhores Práticas da UICN sugere que a iniciativa da Transcarioca seja copiada por outros países do Mundo (http://www.iucn.org/about/work/programmes/gpap_home/?14829/Urban-Protected-Areas---Profiles-and-best-practice-guidelines)

Sua implantação está sendo feita em etapas, seguindo cronograma e padrão uniformizados, decididos em comum acordo por todas as partes envolvidas, no contexto do Mosaico Carioca. Nesse sentido, acordou-se que a Trilha terá três estágios básicos de implementação:

  • (1) poda, sinalização direcional e obras de arte absolutamente imprescindíveis.
  • (2) sinalização interpretativa e educativa, mapas, website completo, inventário de serviços associados (acomodação, alimentação, guiagem, transportes etc) e obras de arte principais (pontes, drenos, escadas, corrimãos etc).
  • (3) demais obras de arte (abrigos, banheiros, bancos, mirantes etc) e implementação de uma malha de trilhas secundárias devidamente manejada (trilhas de acesso, rotas de fuga, caminhos opcionais a atrativos que não estão no roteiro principal como picos, cachoeiras e atrativos histórico-culturais).

De acordo com o cronograma acordado o primeiro estágio da Trilha Transacrioca deverá estar completo para as comemorações do aniversário de 450 ANOS da Cidade do Rio de Janeiro em 2015.

Conclusão

A Trilha Transcarioca é um equipamento de uso público que serve como ferramenta de conservação. Sua implantação representa um marco para o verdadeiro turismo ecológico na cidade do Rio de Janeiro e contribui para a criação de uma cultura profissional de manejo coordenado entre as diversas unidades de conservação por ela atravessada. Também assegura, pelo uso, a consolidação de um corredor ecológico entre os Parques Nacional da Tijuca e Estadual da Pedra Branca. Do ponto de vista da educação ambiental, ao servir de espinha dorsal de um mosaico, chama a atenção da população em geral para a necessidade imperiosa da gestão ecossistêmica. Por fim, ao estimular o uso mais espaçado da visitação pelas diversas Unidades de Conservação do Mosaico Carioca, gerando emprego e renda ao longo do processo, a Trilha Transcarioca tem o potencial de aumentar o apoio da população ao Mosaico como um todo, mudando assim a percepção de que apenas pontos de maior afluxo como o Cristo Redentor ou o Pão de Açúcar têm algum valor para a cidade.

O conceito de Trilhas de Longo Curso existe há cerca de 100 anos e já foi amplamente testado com sucesso em quase todos os países do mundo. Em alguns países, como nos Estados Unidos e Dominica, as Trilhas de longo Curso são consideradas corredores ecológicos e fazem parte dos respectivos Sistemas Nacionais de Unidades de Conservação, como categoria própria a de “Trilha Nacional” (http://www.nps.gov/nts/legislation.html).

Segundo a Professora e pesquisadora de assuntos de segurança pública Jaqueline Muniz a Trilha Transcarioca tem o potencial de ser “a costura que vai emendar a cidade partida”. Mais do que isso, o Mosaico Carioca acredita que ela pode servir também de exemplo para o resto do Brasil, ao demonstrar que visitação bem manejada e conservação são não somente compatíveis, mas sobretudo são um objetivo desejável e que merece ser perseguido.

Histórico

A Trilha Transcarioca foi inicialmente idealizada por Pedro da Cunha e Menezes, em seu livro Transcarioca: todos os passos de um sonho (2000), respaldada em diversos exemplos bem sucedidos de trilhas de longo curso, tais como a Appalachian Trail (EUA), Huella Andina (Argentina), Bibbulmun (Austrália), Rota Vicentina (Portugal), Hoerikwaggo Trail (África do Sul) e Te Araroa Trail (Nova Zelândia). Entre 2000 e 2011, o Parque Nacional da Tijuca implementou cerca de 40 km contínuos de trilha sinalizada na Floresta da Tijuca. O traçado dessa trilha, conhecida como Trilha Major Archer ou Circuito dos Picos, foi pensado para coincidir com o trajeto da (então futura) Trilha Transcarioca em seu trecho dentro da Floresta da Tijuca. Em 2012, os Chefes das Unidades de Conservação componentes do Mosaico Carioca (http://mosaico-carioca.blogspot.com.br/p/trilha-transcarioca.html) deliberaram aproveitar o que já existia pronto no Parque Nacional da Tijuca e começar a implementar o resto da Trilha Transcarioca. Desde então, no âmbito do Mosaico Carioca, foi criada uma Câmara Técnica exclusivamente dedicada ao tema, com reuniões periódicas e frequentes. Ao longo de 2012, 2013 e 2014, cerca de 100 km da Trilha foram sinalizados nos Parques Nacional da Tijuca, Estadual da Pedra Branca, Natural Municipal de Grumari, Natural Municipal da Catacumba, Natural Municipal Paisagem Carioca, no Monumento Natural Municipal do Pão de Açúcar e na APARU do Alto da Boa Vista. Também foram realizadas diversas oficinas de treinamento, dois seminários internacionais (https://docs.google.com/file/d/0B_zy0t1K2nXKdExkQXJ6Q1BfTWc/edit) e uma viagem de capacitação, voltada a temas de segurança pública, a três países africanos.

Atrações

A Trilha Transcarioca foi projetada para passar em praticamente todos os principais atrativos ecoturísticos localizados no Município do Rio de Janeiro, entre eles as praias selvagens de Guaratiba, a praia de Grumari, o Sítio Burle Max, a Capela de São Gonçalo do Amarante (século XVII), o Pico da Pedra Branca (ponto culminante da Cidade com 1024 m), o Açude de Camorim, a Pedra do Quilombo, o complexo do Pau da Fome, o Complexo histórico da Colônia Juliano Moreira, o Museu Nise da Silveira, as Cachoeiras da Colônia, o Aqueduto do Lameirão, o Pico do Papagaio (987 m), o Pico da Tijuca (1.021 m), o Pico da Cocanha (982 m), a estrada colonial do Quitite, as grutas da Floresta da Tijuca, a antiga Senzala do Major Archer, as ruínas da Fazenda Humaitá, a Pedra do Conde (821 m), a Capela Mairinque (século XIX), o Museu do Açude, o Alto do Cruzeiro, a Cascatinha Taunay, o Palácio Visconde Itamaraty (século XIX), o Morro do Queimado, a Mesa do Imperador, a Vista Chinesa, o Parque da Cidade, o Palácio do Marquês de São Vicente, o Solar da Imperatriz, o Jardim Botânico, as represas de captação de água do tempo do Império, os dois maiores jequitibás do Rio, as cachoeiras da Gruta e dos Primatas, aestrada colonial do Vale do Rio Cabeça, as Paineiras, o Corcovado, o Parque Lage, a Lagoa Rodrigo de Freitas, as esculturas do Parque da Catacumba, o Mirante do Sacopã, o Morro da Saudade, a antiga fortaleza da Ladeira do Leme, o Morro da Babilônia, a pista Cláudio Coutinho e o Morro da Urca, terminando junto ao Morro Cara de Cão, onde a Cidade do Rio de Janeiro foi fundada em 1565.

Aspectos naturais

A Trilha Transcarioca está inserida em um mosaico de unidades de conservação que contém significativa biodiversidade e espécies que constam da lista brasileira da fauna e flora ameaçadas de extinção. Inclui um importante fragmento de Mata Atlântica coberto por Floresta Ombrófila Densa Secundária em avançado estágio de regeneração. Também passa por praias, áreas reflorestadas, lagos, açudes, manguezais, costões rochosos e floresta de baixada. Quando o trecho da Restinga de Marambaia for incorporado, a Trilha também vai incluir cerca de 50 km de vegetação de restinga.

Relevo e clima

O relevo é predominantemente montanhoso com a presença de escarpas graníticas íngremes, onde se destacam o Pico da Pedra Branca (1024 m) o Pico da Tijuca (1.021 metros), a Serra da Carioca (710 metros) onde se localiza o Corcovado, o Pão de Açúcar (396 m) e a Serra dos Pretos-Forros & Covanca. O clima é influenciado por uma abundante precipitação nos meses de verão, com um período seco no inverno. Locais situados a até 500 metros de altitude, possuem clima de área tropical. Acima dessa altitude, a temperatura é do tipo climático temperado.

Fauna e flora

O ecossistema é composto pela Mata Atlântica montana e sub-montana. A trilha atravessa Unidades de Conservação que são lar para cerca de 1.650 espécies vegetais, das quais 450 em situação de vulnerabilidade ou em perigo de extinção. A flora reúne espécies como murici, ipê-amareio, ipê-tabaco, angicos, caixeta-preta, cambuí, urucurana, jequitibá, araribá, cedro, ingá, açoita-cavalo, pau-pereira, cangerana, canelas, camboatá, palmito, brejaúba, samambaiaçus, quaresmeiras, caetés, pacovas, líquens, musgos, orquídeas e bromélias. Vários trechos atravessados pela Trilha Transcarioca como o Parque Natural Municipal de Grumari, o Parque Nacional da Tijuca, a orla da Lagoa Rodrigo de Freitas, o Parque Natural Municipal da Catacumba, o Parque Natural Municipal Paisagem Carioca e o Monumento Natural Municipal Pão de Açúcar foram objeto de elaborados projetos de reflorestamento. Assim a Trilha Transcarioca atravessa um exemplo VIVO de que é possível recuperar áreas degradadas.

Já as espécies animais são cerca de 350, entre anfíbios, aves e mamíferos, dos quais 16 estão ameaçadas de extinção. Da fauna, existem muitos insetos, aranhas e outros artrópodes; cobras como caninanas, corais, jararaca e jararacuçus; lagartos como calangos, iguanas e teiús; aves como tucanos, saíras, rendeiras, tangarás, arapongas, beija-flores juritis, gaviões, urubus, urus, jacupembas e inhambus-chintã; mamíferos como sagüis, macacos-prego, cachorros-do-mato, quatis, guaxinins, pacas, ouriços-coendu, caxinguelês, tapitis, tatus, tamanduás-mirim e gambás. Várias espécies que podem usar o Corredor Ecológico da Trilha Transcarioca para se movimentar entre diferentes unidades de conservação foram reintroduzidas pelo homem, como são os casos da gibóia, do tucano e da cotia, entre outros.

Ademais da geração de emprego e renda dentro dos princípios norteadores do desenvolvimento sustentável, é propósito do Mosaico Carioca que a Trilha Transcarioca siga o exemplo dessas trilhas, que geraram um incremento na visitação e diversas melhorias na gestão das áreas protegidas que cruzam. Pretende-se que o estabelecimento da Trilha Transcarioca proporcione melhorias ambientais para a cidade, como o tão sonhado corredor ecológico entre os maciços da Tijuca e da Pedra Branca e a racionalização das unidades de conservação do Mosaico Carioca. A Trilha serve também de modelo de conservação de diversos ecossistemas da Mata Atlântica, atuando como uma ferramenta viva de educação ambiental em áreas de restinga, manguezal, praia, costão rochoso, floresta de baixada e floresta montana.

Problemas e ameaças

A Trilha Transcarioca atravessa a segunda maior metrópole do Brasil, e sofre impactos inerentes ao seu contexto urbano. A caça furtiva é intensa, sobretudo nas áreas de Grumari, da Pedra Branca e da Tijuca. Também a expansão humana tem grande impacto, seja por meio de ocupações irregulares seja pela construção de estradas. As travessias sobre as Estrada da Grota Funda, Catonho e Grajau-Jacarepaguá entre outras vias, são um desafio ao fluxo genético que a Trilha propõe ser capaz de proporcionar. Analogamente, é preciso equacionar minimante a viabilidade do corredor ecológico nos trechos da trilha que são seccionados por pequenos aglomerados urbanos como na Praça Seca, no Mato Alto, no Alto da Boa Vista, na Lagoa Rodrigo de Freitas, nos Cabritos e na Ladeira do Leme.

Por fim, a falta de uma equipe profissional exclusivamente dedicada à administração e manutenção da Trilha Transcarioca é um fator de fraqueza que pode, no médio prazo, inviabilizar sua consolidação como uma das maiores e melhores trilhas de longo curso do mundo.

Fontes

CUNHA e MENEZES, P. Transcarioca, todos os passos de um sonho. Sextante Artes, 2000. IPP. Cartas Topográficas da Cidade do Rio de Janeiro. Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, 1999

http://mosaico-carioca.blogspot.com.br/search/label/Trilha%20Transcarica

http://www.wikiparques.com/wiki/Parque_Nacional_da_Tijuca

http://www.wikiparques.com/wiki/Parque_Estadual_da_Pedra_Branca

http://www.oeco.org.br/transcarioca

http://www.oeco.org.br/transcarioca/26783-a-transcarioca-de-ponta-a-ponta

http://ambientes.ambientebrasil.com.br/unidades_de_conservacao/artigos_ucs/as_trilhas_circulares_do_parque_nacional_da_tijuca.html