Reserva Ecológica Estadual da Juatinga

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A Reserva Ecológica Estadual da Juatinga (REEJ) está localizada no sul do Estado do Rio, no município de Paraty, e protege o território da península da Juatinga. Tem 9.797 hectares de rica diversidade ambiental e cultural, abrigando remanescentes florestais de Mata Atlântica, restingas, manguezais, costões rochosos, além de comunidades tradicionais caiçaras.

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Reserva Ecológica Estadual da Juatinga
Esfera Administrativa: Estadual
Estado: Rio de Janeiro
Município: Paraty
Categoria: Outros
Bioma: Mata Atlântica
Área: 8.000 hectares
Diploma legal de criação: (Lei n.º 1.859, de 01/10/91; Decreto nº 17.981, de 30/10/92)
  • Em fase de recategorização em cumprimento à lei do SNUC
Coordenação regional / Vinculação: Inea - Instituto Estadual do Ambiente / Dibap - Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas
Contatos: Telefone: (24) 3371-9654

E-mail: rej@inea.rj.gov.br

Localização

A REJ localiza-se no extremo sul do Estado, no município de Paraty, e está inserida na Área de Proteção Ambiental de Cairuçu.

Sede administrativa: Largo do Rosário, s/nº - Centro - 23.970-000 - Paraty/RJ

Como chegar

De carro: para chegar a Paraty, a partir do Rio de Janeiro, acessar a rodovia BR-101, conhecida como Rio-Santos. A estrada, uma das mais belas do estado do RJ, percorre a região da Costa Verde. Do Rio até Paraty são 240 km.

De São Paulo, o acesso é pela Rodovia Ayrton Senna até São José dos Campos ou Taubaté. Via São José dos Campos, o acesso é pela Rodovia dos Tamoios até Caraguatatuba. Já por Taubaté, o acesso é pela Rodovia Oswaldo Cruz até Ubatuba. Em ambos os casos, Caraguatatuba ou Ubatuba, o percurso até Paraty é pela rodovia BR-101, conhecida como Rio-Santos, na direção norte, sentido Rio de Janeiro. Se for a partir de Guaratinguetá, seguir pela Estrada- Parque Paraty-Cunha.

Fique atento: o único acesso terrestre à Reserva Ecológica Estadual da Juatinga (REEJ) se dá na Vila do Oratório. De Paraty, seguir pela BR-101, sentido Santos, até o trevo do bairro Patrimônio, pertencente ao município de Paraty, e subir à esquerda por uma estrada asfaltada até a bifurcação para a Estrada de Laranjeiras. Após passar pela guarita do condomínio Laranjeiras, virar à esquerda para chegar à Vila Oratório e seguir até o ponto final dos ônibus, onde inicia a trilha Vila Oratório – Praia do Sono.

São cerca de 45 minutos de trilha até a Praia do Sono. A partir da Vila Oratório também é possível contratar um bote para chegar às localidades de Praia do Sono e Ponta Negra. Na Vila Oratório existem estacionamentos particulares e algumas vagas públicas em ruas.

De barco para outros locais da Reserva, os pontos de embarque são: Paraty-Mirim, o cais turístico de Paraty e o cais pesqueiro de Paraty. O cais turístico fica na parte histórica da cidade, enquanto que o cais pesqueiro localiza-se no bairro Ilha das Cobras. Paraty-Mirim é uma localidade estratégica para acessar o Saco do Mamanguá, praias da Enseada da Cajaíba e Martim de Sá. Para chegar à praia de Paraty-Mirim a partir de Paraty, o visitante deve acessar a BR-101 em direção a São Paulo, até o km 154,5. Em seguida é necessário entrar à esquerda e seguir por uma estrada ainda não pavimentada por aproximadamente 7 km. Em Paraty-Mirim existe estacionamento particular e algumas vagas públicas em rua.

A partir da rodoviária de Paraty, o percurso Paraty-Vila Oratório: ônibus da linha 1040 (Paraty-Laranjeiras); o percurso Paraty-Paraty-Mirim: ônibus da linha Paraty-Paraty-Mirim.

Ingressos

Não há cobrança de ingressos.

Onde ficar

Nas comunidades caiçaras há opções de camping disponíveis e nos povoados maiores como Pouso da Cajaíba e Praia do Sono, também há disponibilidade de hospedagem em quartos.

Objetivos específicos da unidade

Orgulha-se de ter sido a primeira Unidade de Conservação a ser criada com o expresso objetivo de fomentar a cultura caiçara local, compatibilizando-a com a utilização de seus recursos naturais, de acordo com os preceitos conservacionistas.

Histórico

Conhecida como Juatinga ou Cajaíba, a área da Reserva, com cerca de 8.000 hectares (80km2), abriga doze núcleos de ocupação de populações tradicionais, que se distribuem ao longo litoral e vivem da pesca artesanal, agricultura de subsistência e mais recentemente do turismo. Os núcleos se relacionam entre si e usam a cidade de Parati como centro de comércio e serviço, apesar da precariedade de acesso - a pé, por picadas ou barcos.

Atrações

Saco do Mamanguá

Apresenta um conjunto de ruínas do período colonial, 33 pequenas praias de mar abrigado, rios, cachoeira, um exuberante manguezal e ainda uma feição geomorfológica singular no Brasil, denominada de ria tropical, também chamado de fiorde tropical, pela semelhança com os fiordes nórdicos.

O local pode ser descrito como um braço de mar estreito com cerca de 8 km de extensão e 10 metros de profundidade na entrada, cercado por uma cadeia de montanhas coberta de Floresta Atlântica, onde está localizado o Pico do Pão-de-açúcar, o único atrativo que proporciona uma vista panorâmica desse paraíso.

O fundo do Saco do Mamanguá guarda o maior e mais preservado mangue da REEJ. É um berçário marinho por tratar-se de local de refúgio, reprodução e alimentação das espécies marinhas.

O principal ponto de embarque para o Saco do Mamanguá é o cais de Paraty-Mirim, de onde também é possível fazer a trilha costeando a margem esquerda do Saco. A velocidade para navegação na extensão do Saco é inferior a 8 nós, sendo proibida a entrada de embarcação a motor no manguezal.

Pico do Pão-de-Açúcar

A praia do Cruzeiro é o ponto de partida para subir ao pico do Pão-de- Açúcar. A trilha íngreme tem 1,5 Km de extensão e o pico tem 425 m de altitude. Do cume é possível ter uma visão panorâmica do Saco do Mamanguá.

Praia Grande da Cajaíba

É a segunda maior praia da REEJ, com quase 1.000 metros de extensão. Com água cristalina e calma, nesta praia atualmente existem apenas dois núcleos familiares de população caiçara que resistiram à especulação imobiliária. Nessa localidade é possível conhecer de perto alguns atrativos culturais, como a casa de farinha, local em que os nativos beneficiam a mandioca; um caprichoso artesanato de cipó feito por uma das moradoras mais antigas da localidade, Dona Dica; o cerco flutuante, técnica tradicional de pesca artesanal; e o quintal referência em agroecologia do Sr. Altamiro.

Uma caminhada de no máximo 15 minutos, em uma trilha de 500 metros, leva à bela Cachoeira da Praia Grande da Cajaíba. As famílias residentes oferecem uma estrutura de camping no quintal de suas casas e restaurantes, que servem lanches e comidas feitas com peixes e frutos do mar.

A praia Grande da Cajaíba também é muito procurada para a prática de turismo náutico. Muitas embarcações saem da baía de Paraty e de Paraty-Mirim para passarem o dia no local. No canto direito da praia existe uma trilha de 3,2 km, que dá acesso à Praia Deserta, pequena praia onde existe uma casa de veraneio.

O acesso à Praia Grande da Cajaíba é feito apenas de barco ou pela trilha que vem da Praia de Itaoca e a trilha que vem da Praia do Engenho, no Saco do Mamanguá.

Praia de Martim de Sá

Martim de Sá é, sem dúvida, uma das mais fascinantes praias da REEJ. É habitada por apenas um núcleo familiar caiçara, a família dos Remédios. O patriarca é o Sr. Maneco, simpático caiçara que recepciona os turistas de todo Brasil atraídos por uma praia de beleza rara, rodeada pela Mata Atlântica. Sua esposa e filhos oferecem refeições, bolos e pasteis durante a temporada turística. Ele administra o único camping do lugar, que costuma ficar cheio principalmente no feriado do réveillon. No restante do ano a praia fica praticamente deserta, com alguns poucos turistas.

Atrativa para muitos surfistas pela formação de suas ondas, a praia não tem luz elétrica, por isso, além dos sons da natureza, nos feriados é possível escutar os sons de animadas rodas de violão que varam a noite no canto.

Martim de Sá faz parte da região mais preservada da Reserva e oferece outros atrativos além da praia, como o Pico do Miranda, um mirante a 625 m de altitude, acessado por uma trilha que passa por árvores de grande porte, e de onde é possível avistar a baía de Angra dos Reis, a Ilha Grande, a ponta da Juatinga e o mar de fora, num belo ângulo de Martim de Sá.

O poção é uma região conhecida como encontro dos rios, local bastante procurado pelos turistas que querem se refrescar com um banho de rio. A partir de Martim de Sá, existe também uma trilha de quase 4 km, com subidas e descidas, que leva à Praia da Sumaca.

O acesso a Martim de Sá se dá apenas de barco, principalmente a partir do cais dos pescadores na cidade de Paraty ou de Paraty-Mirim. Por trilha é possível chegar à praia a partir da comunidade da Praia do Pouso da Cajaíba, com 4 km de extensão. Ou pela trilha que se inicia na Vila Oratório, com 19 km de extensão.

Ponta da Juatinga

Localidade que leva o nome da Reserva, em que vive a comunidade mais remota da REEJ. A ponta da Juatinga é a extremidade da península, uma porção de terra estreita cercada por água em dois lados e que conecta duas grandes extensões de terra.

É uma região que almeja cuidados até mesmo pelos navegantes experientes, por estar em mar aberto e sujeita a ventos fortes e correntezas. Como não existe praia, o embarque e desembarque na vila de pescadores é feito tradicionalmente em estivas, que podem ser descritas como um arranjo de troncos de árvores dispostos na costeira, de modo que facilite a entrada da canoa com a subida da maré.

Essa comunidade vive até hoje sem energia elétrica e com pouca oferta de água. Os quintais das casas são cuidadosamente enfeitados com muitos vasos de plantas e redes de pesca. Os moradores cultivam mandioca e outras culturas e pescam. O turismo ainda é pouco expressivo, já que o acesso depende de boas condições de mar.

Um atrativo imperdível é o farol da Juatinga, que também é um mirante para contemplar toda a localidade. A trilha que parte da comunidade até o farol tem 500 metros de extensão e é bastante íngreme.

O acesso à Ponta da Juatinga é feito de barco partindo do cais de Paraty ou de Paraty-Mirim até a localidade do Saco Claro, ponto de partida da trilha de 3 km até a comunidade da Juatinga. Dependendo das condições do mar, é possível desembarcar diretamente na Ponta da Juatinga.

Praia da Sumaca

A Praia da Sumaca é uma das mais belas e isoladas da REEJ. Ideal para a prática de surf. Senhor Manequinho é o único morador da praia e durante a temporada de verão ele abre seu bar na praia para servir refeições e também receber turistas que queiram pernoitar no pequeno camping existente no local.

Fique atento: É preciso ter muito cuidado com as condições de banho e navegação. Quando o mar está mais agitado, as correntezas que se formam nos cantos da praia são perigosas.

O acesso à Praia é feito de barco até a praia do Pouso da Cajaíba e por trilha a partir da bifurcação existente à esquerda na trilha Praia do Pouso da Cajaíba - Martim de Sá. Também é possível chegar pela trilha de 4 km a partir da Praia de Martim de Sá. Outra maneira mais fácil de acessar a praia é desembarcar na localidade de Ibijiquara e fazer uma trilha de aproximadamente 40 minutos até a praia. Todavia, o desembarque na enseada de Ibijiquara depende das condições de mar, pois lá também não existe cais.

Cachoeira do Saco Bravo

É uma das mais belas cachoeiras da REEJ. Deságua no costão rochoso e forma um belo poço a poucos metros do mar aberto. Ao chegar próximo a cachoeira, é importante ter muito cuidado ao descer pelas pedras para acessar o poço.

Fique atento: como a cachoeira está no costão rochoso, existe o risco de ondas invadirem o poço. Não existem salva-vidas no local e o resgate é dificultado pela declividade e distância da trilha até o posto de atendimento mais próximo na cidade de Paraty. É recomendando que o retorno seja feito antes das 15h para assim evitar estar na trilha à noite.

Localizado em área remota, para acessar este atrativo é preciso fazer uma caminhada de 4,2 km com nível de dificuldade pesado, que dura em média 2 horas e 30 mim a partir da comunidade da Ponta Negra. Por ser uma trilha considerada difícil, para mais segurança sugere-se a contratação de um guia/monitor local e que a caminhada comece no período da manhã.

Praia da Ponta Negra

A praia tem a terceira comunidade mais povoada da REEJ, com cerca de 160 moradores. De águas transparentes, tem aproximadamente 180 metros de extensão e é procurada pelos visitantes que desejam se hospedar num ambiente tranquilo em contato com a natureza. A comunidade tem três campings, diversas casas de moradores para aluguel e restaurantes com comidas típicas.

Os moradores ainda pescam com cerco flutuante e remendam suas redes na areia da praia em meio a uma boa prosa, com muitas histórias de pescador.

Chamada pelos antigos de Praia Negra, a praia da Ponta Negra é o ponto de partida para a região mais remota e mais preservada da REEJ. As trilhas para o Cairuçu das Pedras e para a Cachoeira do Saco Bravo partem dessa comunidade. A trilha até a cachoeira do Saco Bravo tem 4,2 km de extensão e a trilha para o Cairuçu das Pedras tem 6,5 Km de extensão, atravessando uma área de relevo acidentado, cercada por Mata Atlântica com espécies arbóreas de grande porte.

O acesso à comunidade da Ponta Negra de barco é feito a partir da Vila Oratório, de onde é possível contratar o serviço de transporte realizado por moradores da própria comunidade. Já para quem optar por chegar à praia por trilha, o caminho é feito a partir da Vila Oratório, passando pela Praia do Sono, Praia dos Antigos, Praia dos Antiguinhos e Galhetas. O percurso tem 7,8 km.

Praia dos Antigos e Antiguinhos

 Foto : Felipe Brandão

A Praia dos Antigos leva esse nome porque na primeira metade do século XX ainda era habitada por uma comunidade caiçara. Com o tempo os moradores se mudaram para outras vilas caiçaras e a praia ficou deserta. A praia não possui salva-vidas, por isso é importante ter muito cuidado nos dias de mar agitado.

A praia fica ao lado da Praia dos Antigos, é deserta e também tem águas cristalinas. A trilha inicia-se no canto esquerdo da praia dos Antigos, e tem 150 metros de extensão dentro da mata. Não é permitido acampar em nenhuma das duas praias.

Fique atento: em dias de mar agitado, a praia se torna perigosa para banho, com a forte correnteza.


O acesso pode ser feito por trilha e barco. São 5 km de trilha da Vila Oratório, 1,5 km da comunidade do Sono e 2 km da comunidade da Ponta Negra. É possível negociar com barqueiros nestas três comunidades para acessar a Praia dos Antigos, nos dias de mar calmo.

Praia do Sono

A Praia do Sono é a maior praia da REEJ e é onde habita a comunidade caiçara mais populosa. Menos isolada do que as demais comunidades, existem dezenas de campings para receber os turistas e muitos caiçaras alugam casas e chalés para hospedagem na temporada. Restaurantes e bares oferecem refeições e bebidas para os visitantes.

Muito procurada nos feriados, a praia é bastante frequentada por turistas principalmente no réveillon. A noite é embalada pelo som de forró, reggae, MPB e de muitas rodas de violão. Na última semana de julho acontece o Festival de Inverno com várias atividades culturais na comunidade.

Outro atrativo da Praia do Sono é o Poço do Jacaré que fica a 1,2 km da praia, seguindo uma trilha que parte da igreja também localizada na praia.

O cume da trilha que leva até a Praia dos Antigos é um mirante imperdível para contemplar a Praia do Sono.

Fique atento: nos dias de mar agitado, à correnteza que se forma no canto bravo (canto direito da praia de quem olha para o mar). A praia não tem guarda-vidas. Não é permitido acampar fora dos campings que pertencem aos moradores.

É possível acessar a praia por uma trilha de 3 km a partir da Vila Oratório, ou contratar o serviço dos barqueiros que fazem o transporte com duração de aproximadamente 15 minutos. A trilha bem marcada é uma caminhada de nível médio. O ponto de partida para o transporte de bote também começa na Vila Oratório, onde é preciso pegar uma kombi que leva os turistas e moradores ao cais do condomínio Laranjeiras, em que ocorre o embarque.

Praia do Pouso da Cajaíba

 Foto : Felipe Brandão

Local da segunda comunidade mais populosa da REEJ, a Praia do Pouso da Cajaíba atrai muitos turistas e veranistas pelo seu mar calmo de águas claras. A comunidade recebe esse nome devido ao fato de que até hoje muitos barcos pesqueiros utilizam a praia para se abrigar quando o mar está de ressaca.

É possível fazer vários passeios saindo do Pouso da Cajaíba, como visitar as outras praias da enseada da Cajaíba e as praias de Martim de Sá e Sumaca.

Outro atrativo da Praia do Pouso da Cajaíba é o mirante da Pedra das Araras, uma caminhada que dura em torno de 1 hora, percorrendo uma trilha de 1,2 km de extensão. É uma trilha pouco utilizada e deve ser feita com acompanhamento de guia local.

O acesso é feito apenas por barco ou trilha. Geralmente, os turistas que se hospedam nessa praia pegam um barco em Paraty-Mirim, que demora em torno de meia hora até a comunidade. A Praia Grande da Cajaíba pode ser acessada em uma caminhada de 2 horas, cerca de 4 km, passando pelas praias da Toca do Carro, Itanema, Calhaus e IItaoca. Já a Praia de Martim de Sá pode ser acessada por uma trilha de 4 Km com quase 300 metros de desnível. O percurso dura aproximadamente 1 hora e 40 minutos e é muito utilizado pelos turistas, já que o desembarque em Martim de Sá depende de boas condições de mar.

Aspectos naturais

A vegetação natural da região é formada pela floresta Atlântica, com elevada biodiversidade, possuindo aproximadamente 10.000 espécies de plantas, destacando-se a exuberância da mata higrófila, nas encostas e nos vales, a mata de restinga e o manguezal. As vertentes apresentam afloramento rochoso cobertos por flora característica, constituída, principalmente, por Gramíneas, Aráceas, Bromeliáceas e Orquidáceas.

A Reserva Ecológica integra o corredor ecológico da Serra do Mar e o Mosaico Bocaina, junto a outras 17 unidades de conservação das esferas federal, estadual e municipal, localizadas no litoral sul do Estado do Rio, litoral norte do Estado de São Paulo e no planalto Bocaina. Está sobreposta à Área de Proteção Ambiental (APA) de Cairuçu.

Hidrologia

A REEJ tem a particularidade de ser formada por bacias hidrográficas costeiras, que se caracterizam por estarem na faixa litorânea, onde as nascentes são próximas ao mar. Os cursos d’água são de curta extensão e logo deságuam no mar. Estas bacias costeiras são drenadas pelo Córrego da Jamanta, Córrego da Ponta Negra, Córrego do Caju, Córrego Cairuçu, Córrego da Cachoeira Grande, Córrego da Espia, Rio da Itaoca, Córrego da Praia Grande e Córrego do Pão de Açúcar.

A diferença de altitude das nascentes e o curto percurso do rio até a foz formam inúmeras quedas-d’água. Dentre as principais cachoeiras da REEJ, estão a cachoeira da Praia Grande da Cajaíba, o poço do Jacaré, o poção de Martim de Sá, a cachoeira de Galhetas e a cachoeira do Rio Grande. A cachoeira do Saco Bravo merece destaque por estar em pleno costão rochoso, formando um poço a poucos metros de desaguar no mar.

A REEJ, inserida na baía da Ilha Grande, integra o Comitê de Bacia da Região Hidrográfica da Baía da Ilha Grande, que tem como objetivo alavancar propostas e ações que preservem o ambiente e, especialmente, promovam a recuperação, conservação e preservação dos recursos hídricos.

Relevo e clima

Clima

A península da Juatinga apresenta clima tropical úmido, com peculiaridades no padrão de distribuição das precipitações e temperaturas, em função das características do relevo. Nos meses de verão, as chuvas ocorrem no início da manhã e no início da noite, devido a características climáticas locais.

O impacto das frentes frias é mais intenso nos meses quentes de verão (novembro a março), enquanto que nos meses de inverno (maio a agosto) predomina uma estação seca. A temperatura média no verão fica entre 25° e 26° e no inverno tem valores mensais médios variando entre 18º e 20°.


Relevo

A formação geológica dessa região é predominantemente composta por granitos e gnaisses, os quais se associam a sedimentos continentais, marinhos e mistos da idade cenozóica. Essa região costeira apresenta topografia acidentada, composta por morros e montanhas pertencentes à Serra do Mar com declividade que varia de 25°a 45º. Outro componente importante do relevo da região são as Planícies Costeiras.

Essas características dão origem a solos de alterações residuais e superficiais delgados, com frequentes afloramentos de rocha e potencialmente suscetíveis a erosão. O tipo de solo é predominante Cambissolo háplico, com elevada acidez e alto teor de alumínio.

Fauna e flora

Flora

A REEJ está inserida no bioma Mata Atlântica e, por causa de fatores físicos como o clima, o relevo e o solo, sua vegetação predominante é classificada como floresta ombrófila densa, tendo com principais características elevadas temperaturas e altas taxas de precipitação. Dentro de seus limites podem ser encontrados diversos estágios de regeneração de Mata Atlântica, com alta biodiversidade e ecossistemas associados como mangue, restingas e florestas de encostas.

Algumas das espécies arbóreas encontradas são: guapuruvu (Schizolobium parahyba), pau-jacaré (Piptadenia gonoacantha), embaúba (Cecropia sp.), jacatirão (Tibouchina sp.), timbuíba (Balizia pedicellaris), utilizada para a confecção de canoa, canela (Ocotea sp.), aroeira (Schinus terebinthifolius), utilizada para o tingimento de redes de pesca, figueiras (Ficus sp.) de grande porte, caixeta (Tabebuia cassinoides). Existem também diversas espécies de epífitas como bromélias e orquídeas encontradas no sub-bosque e também em afloramentos rochosos. As espécies de palmeiras existentes são chamadas pelos nativos de tucum, pati, indaiá, brejaúva, pitomba e o palmito juçara (Euterpe edulis), espécie largamente explorada e ameaçada de extinção.

A vegetação de mangue é encontrada nas regiões estuarinas, em que ocorrem espécies de mangue-branco, mangue-vermelho e siriúba.

No fundo do Saco do Mamanguá, região de mar abrigado, localizado na porção norte da Reserva, existe uma extensa área de caixetal bem preservado. Trata-se do nome dado às áreas de planícies de inundação da Mata Atlântica, em que predomina a espécie arbórea conhecida popularmente como caixeta (Tabebuia cassinoides). Esta espécie é muito utilizada para confecção de artesanato.

Além da vegetação nativa de Mata Atlântica, também existem espécies exóticas, muitas delas frutíferas encontradas nos quintais caiçaras como mangueira, jambeiro, abacateiro, jaqueira, entre outras.


Fauna

Recentemente foram identificadas na Reserva mais de 100 espécies de aves. Entre outras, tiê-sangue (Ramphocelus sp), saíra-sete-cores (Tangara sp.), tucano (Ramphasthos sp.), sanhaçu (Tangara sp.), coleiro (Sporophila sp.), trinca-ferro (Saltator sp.).

A pesca é uma das atividades mais tradicionais nas vilas caiçaras. Dentre as espécies de peixe encontradas, destacam-se algumas conhecidas popularmente como garoupa, espada, sardinha, enchova, galo, corvina, marimba, piragica, sororoca, vermelho, carapau, sargo, bonito, xerelete, olho de boi, cação, tainha, bicudo, robalo e a cavala, entre outras.

Dentre as espécies de mamíferos, estão paca, cutia, tatu, preguiça, gambá, porco-do-mato, tamanduá, gato-do-mato, muriqui. Quanto a serpentes observadas, as mais comuns são jararaca e jararacuçu (Bothrops sp), coral (Micrurus sp.) e caninana (Spilottes sp.).

Problemas e ameaças

Fontes

http://www.inea.rj.gov.br/Portal/Agendas/BIODIVERSIDADEEAREASPROTEGIDAS/UnidadesdeConservacao/INEA_008605#

http://geproinearj.blogspot.com.br/p/reservas-biologicas.html#juatinga

http://www.dapweb.org/inea/reej.php

http://www.mosaicobocaina.org.br/noticias/417-ct-ucs-e-comunidades-realiza-reuniao-com-comunidades-para-apresentar-relatorio-do-projeto-de-recategorizacao-da-reserva-estadual-da-juatinga