Parque Nacional da Serra dos Órgãos

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Nome da Unidade: Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO)

Bioma: Mata Atlântica

Área: 10.527 hectares

Diploma legal de criação: Criado em 30/11/1939, Decreto N. 1.822; Decreto-Lei 90.023 de 02/08/1984. Anexo: http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-coservacao/serra%20do%20orgaos.pdf

Coordenação regional / Vinculação: Parna federal, órgão gestor ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade)

Contatos:

Sede Petrópolis: Estrada do Bonfim, s/no.
Corrêas – Petrópolis – RJ
Tel: (24) 2236-0258 / 2236-0475

Sede Teresópolis: Av. Rotariana s/no.
Alto – Teresópolis – RJ
Tel: (21) 2642-4072 / 2152-1111

Sede Guapimirim: Km 98 da BR 116 - Guapimirim – RJ (subida da serra de Teresópolis)
Tel: (21) 3633-1898

Localização

Municípios de Petrópolis, Guapimirim, Magé e Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro.

Como chegar

A entrada principal do Parque Nacional da Serra dos Órgãos fica na cidade de Teresópolis, na Av Rotatoriana, que interliga a BR 116 Rio-Bahia, na altura do km 89,5. A entrada fica ao lado da ponte do rio Paquequer, próximo ao Mirante do Soberbo e ao Portal da Cidade. Para chegar à Teresópolis é preciso seguir pela BR 116 no sentido Rio-Teresópolis.

Na sede em Petrópolis, a entrada fina no bairro do Bonfim, em Corrêas. O acesso é feito pela BR 040, Rio-Juiz de Fora. Do centro de Petrópolis, o acesso é através da Estrada União-Indústria que margeia o rio Quitandinha. Já a sede em Guapimirim fica localizada na subida da serra no km 98,5 da BR 116, a 74 km do Rio de Janeiro.

Ingressos

O horário de funcionamento é de 8:00 às 17:00.

O valor do ingresso individual é R$ 11,00 para brasileiros, mas a entrada para o visitante que irá percorrer as trilhas é R$ 16,50.

Moradores dos municípios de Guapimirim, Magé, Petrópolis e Teresópolis têm 80% de desconto. Membros de clubes excursionistas têm desconto de 50% e maiores de 60 anos e menores de 12 anos são isentos.

Para estrangeiros, o ingresso custa R$ 22,00 e o turista que utilizar as trilhas a entrada terá o valor de R$ 33,00.

O estacionamento de veículos no parque é R$ 5,00.

A venda de ingressos antecipados é feita apenas nas bilheterias do parque. Os ingressos são vendidos com no máximo 7 dias de antecedência.

Veja a tabela:

Ingresso *** Utilização de trilhas de montanha, primeiro dia Montanha, dias adicionais (sábados, domingos e feriados) Montanha, dias adicionais (2º a 6º feira) Brasileiros R$ 11,00 * R$ 16,50** R$ 8,25 R$ 1,65 Estrangeiros R$ 22,00 R$ 33,00 R$ 16,50 R$ 3,30

Onde ficar

Para o camping é cobrado o preço de R$ 6,00 o pernoite por pessoa. Para passar a noite no Abrigo Quatro da Pedra do Sino, é preciso fazer reservas por telefone: (21) 2152-1120.

Objetivos específicos da unidade

Os objetivos específicos do Parque foram definidos com base na Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC (Lei nº 9985/2000), nos objetivos estabelecidos para a categoria de “manejo Parque Nacional”. Os objetivos estabelecidos no decreto de criação do PARNASO constituem: Proteger aporção do refúgio pleistocênico Rio de Janeiro, importante centro de endemismo e diversidade. Assim como preservar a área central do Corredor de Biodiversidade da Serra do Mar, maior porção remanescente da floresta atlântica.

Preservar as diferentes fitofisionomias e organismos associados ao longo do gradiente altitudinal na floresta pluvial sub-montana, na floresta pluvial montana, na floresta pluvial alto-montana, nos campos de altitude e na vegetação rupícola.

Proteger elementos singulares da paisagem, como monumentos geológicos de caráter único, tais como o Dedo de Deus. Contribuir para a manutenção dos padrões climáticos da região que exerce atração turística. Proteger os recursos hídricos, especialmente as nascentes e mananciais das bacias hidrográficas que nascem no Parque, tais como: Soberbo, Caxambu, Beija-Flor, Paquequer e Roncador.

Preservar o patrimônio genético, espécies raras, endêmicas e ameaçadas, como a Saudade-de-asa-cinza Tijuca condita, sapo-pulga Psyllophryne didactyla e opilião-de-ferradura-neon Graphinotus Therezopolis. Preservar espécies bandeiras para a conservação, como o palmito-jussara Euterpe edulis, a bromélia-imperial Alcantarea imperialis, o samambaiaçu Dicksonia sellowiana, o trinca-ferro Saltator similis, a jaguatirica Felis yaguarundi e o muriqui-do-sul Brachyteles arachnoides, um dos primatas mais ameaçados do mundo.

Propiciar a visitação, lazer e recreação de forma ordenada, voltados para a sensibilização ambiental e a valorização e conservação do patrimônio natural. Propiciar a prática de montanhismo e escalada respeitando princípios de mínimo impacto e segurança.

Preservar o patrimônio histórico-cultural, como a Capela de Nossa Senhora da Conceição do Soberbo. Promover a educação ambiental, constituindo-se como espaço pedagógico difusor de conceitos e práticas ambientalmente corretas em nível regional. Promover a integração com as comunidades do entorno visando a proteção e a minimização dos impactos ambientais. Incentivar e dar suporte a pesquisas específicas e interdisciplinares que gerem conhecimento sobre a região e auxiliem na formulação de estratégias de conservação.

Histórico

Criado em 30 de novembro de 1939, sendo a 3ª Unidade de Conservação criada no país, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos é composto por uma extensa área que abrange os municípios de Teresópolis, Petrópolis, Magé e Guapimirim, na região serrada do Rio de Janeiro. Sua criação teve como objetivo a proteção da paisagem e da biodiversidade na Serra do Mar.

O Parnaso é uma das unidades de conservação mais conhecidas e visitadas do Brasil e é o terceiro Parque Nacional mais antigo do país – apenas atrás do PARNA Itatiaia (1937) e PARNA Iguaçu (1939) que o antecederam.

O Parnaso oferece diversas opções de lazer como piscinas naturais, cachoeiras, trilhas, abrigos de montanha, camping, centros de visitantes e áreas para piquenique.

Atrações

O parque tem a maior rede de trilhas do Brasil com mais de 130 km de trilhas para trekking em todos os níveis de dificuldade, como a trilha suspensa, até a travessia Petrópolis-Teresópolis com 30 km de subidas e descidas pela parte alta das montanhas.

As escaladas também são algumas das atrações como o Dedo de Deus e a Agulha do Diabo. Todas as trilhas e atrativos do parque podem ser visitados sem o acompanhamento de guias.

Pela sede em Petrópolis, é possível encontrar diversos poços para banho, 3 km de rio de águas límpidas, a cachoeira Véu da Noiva com 30 metros de queda d’água e o início da trilha dos Castelos do Açu.

Já pela sede em Teresópolis, além de piscinas naturais, existe a trilha suspensa com até 9 metros de atura com acesso para idosos e cadeirantes. Por lá, se inicia a trilha da Pedra do Sino.

Veja a lista de trilhas:

Trilha do Mozart Catão: com extensão de 800 metros e dificuldade moderada. A trilha dá acesso ao mirante Alexandre Oliveira que permite ao visitante uma bela vista de Teresópolis e do Parque Estadual dos Três Picos. O nome do mirante e da trilha são uma homenagem aos alpinistas de Teresópolis, mortos em 1998, ao serem surpreendidos por uma avalanche quando escalavam a face sul do Aconcágua, na Argentina.

Trilha Cartão Postal: com extensão de 1.200 metros e dificuldade moderada. A trilha dá acesso a um mirante com um novo ângulo de visão do Dedo de Deus e uma paisagem da cadeia de montanhas da Serra dos Órgãos. O início dessa trilha é próximo à pousada na Estrada da Barragem.

Trilha Suspensa: com extensão de 1.300 metros e grau leve de dificuldade. A trilha que começa na Praça da Barragem foi construída sobre um aqueduto com piso de madeira e corrimão, o que permite o acesso de deficientes físicos e idosos. A trilha, em nível elevado acima do chão, proporciona uma observação mais próxima da copa das árvores e belas paisagens da floresta.

Trilha Pedra do Sino: com extensão de 11.100 metros e difícil. A trilha tem início na Praça da Barragem na sede de Teresópolis e dá acesso ao ponto culminante da Serra dos Órgãos com 2.275 metros de altitude. São cerca de 6 horas de caminhada até a Pedra do Sino onde o visitante pode acampar ou permanecer no abrigo de montanha. A vista é deslumbrante, com um nascer do sol e uma visão privilegiada da cidade do Rio de Janeiro e da Baía de Guanabara.

Trilha da Primavera: com extensão de 500 metros e grau leve de dificuldade. A trilha de caminhada é para todas as idades e permite a sensação de um passeio pela mata preservada.

Cachoeira Véu da Noiva: com extensão de 3.000 metros e grau de dificuldade moderada. A cachoeira possui uma que d’água de 35 metros de altura e está localizada a 600 metros da portaria do Bonfim, após 30 minutos de caminhada. Essa parte da trilha é isenta de tarifa e o visitante paga apenas o ingresso de acesso ao parque.

Trilha Castelos do Açu: com extensão de 8.000 metros e difícil. A trilha atinge o ponto mais alto do setor de Petrópolis com 2.245 metros de altitude após uma caminhada considerada pesada. Os Castelos do Açu possuem uma interessante formação rochosa com muitas reentrâncias, o que confere ao local um aspecto peculiar. Esse ponto da montanha possui uma área de camping e um abrigo para o pernoite dos montanhistas.

Travessia Petrópolis-Teresópolis: com extensão de 30.000 metros e difícil. A travessia possui cerca de 30 Km de extensão, sendo normalmente percorrida em 3 dias. Para os pernoites, os montanhistas contam com abrigos e áreas de camping em dois locais da montanha: Castelos do Açu e Pedra do Sino. Essa travessia exige preparo físico e equipamentos adequados. Recomenda-se a presença de um guia experiente, principalmente nos campos de altitude entre os trechos Castelos do Açu e Pedra do Sino. O sentido da travessia Petrópolis – Teresópolis permite que o montanhista contemple de frente a bela vista da cadeia de montanhas da Serra dos Órgãos.

Aspectos naturais

O Parque tem a maior rede de trilhas do Brasil com mais de 130 km em todos os níveis de dificuldades.

A Serra dos Órgãos tem um importante corredor de biodiversidade da Serra do Mar e a maior porção remanescente da floresta atlântica, além de monumentos geológicos como o Dedo de Deus. A área é rica em recursos hídricos, nascentes e mananciais das bacias hidrográficas que nascem no Parque como os rios Soberbo, Caxambu, Beija-Flor, Paquequer e Roncador.

A região é rica em patrimônio genético com espécies raras e ameaçadas como: a Saudade-de-asa-cinza Tijuca condita, sapo-pulga Psyllophryne didactyla e opilião-de-ferradura-neon Graphinotus Therezopolis.

Relevo e clima

Caracterizada por sua topografia acidentada e desníveis, a Serra dos Órgãos registra altitudes que variam entre 100 e 2.275 metros, com o ponto mais alto a Pedra do Sino. Localiza-se na parte de mais altas vertentes da Serra do Mar.

A formação rochosa conhecida como Dedo de Deus é um bloco de 1.692 metros de altura é um dos destaques do Parque, assim como outros monumentos geológicos importantes: o Garrafão com 1.980 metros; a Pedra da Cruz com 2.130 metros; São Pedro com 2.234 metros; São João com 2.100 metros e Cara de Cão com 2.180 metros.

Fauna e flora

O Parque abriga mais de 2.800 espécies de plantas catalogadas, 462 espécies de aves, 105 de mamíferos, 103 de anfíbios e 83 de répteis, sem contar 130 animais ameaçados de extinção e espécies endêmicas que só existem lá.

Entre altitudes de 100 e 1.500 metros, a floresta Montana tem uma vegetação que atinge até 40 metros, onde é possível encontrar espécies como o baguaçu, jequitibá, canelas e canela-santa. Em altitudes até 500 metros, encontramos palmito, pindobinhas, xaxim e embaúba. Já acima de 2.000 metros, a vegetação é representada principalmente por gramíneas e espécies que crescem sobre os rochedos.

A fauna é rica e diversa. Entre os mamíferos destacam-se o muriqui (Brachyteles arachnoides), maior primata das Américas e grandes predadores carnívoros, como o puma, ameaçado de extinção. Em 2008, pesquisadores encontraram rastros da onça pintada (Panthera onca), considerada extinta na região.

Entre as aves ameaçadas estão a jacutinga e o tietê-de-coroa, ave endêmica da Serra dos Órgãos. Um cuidado que se deve ter é com as cobras venenosas, como a jararaca e jaracuçu.

Problemas e ameaças

O PARNASO possui espécies de plantas e animais de alta importância social e econômica e o valor de mercado de recursos desta Unidade de Conservação é alto.

Segundo levantamento realizado pelo Observatório de UCs da Rede WWF, a Unidade de Conservação não oferece oportunidades de desenvolvimento da comunidade mediante o uso sustentável de recursos.

Esta UC é de fácil acesso para atividades ilegais e existe uma grande demanda por recursos naturais da região. No entanto, os recursos financeiros dos últimos cinco anos não foram suficientes para o atendimento de todos os objetivos da UC.

A coleta de produtos não madeireiros que está espalhada em 15% da área do Parque tende a diminuir a médio prazo, em até 20 anos. Já a disposição de resíduos tende a aumentar no curto prazo, em cinco anos, e tem um impacto moderado sobre a UC.

Os incêndios de origem antrópica permanecem constantes e causam um impacto moderado a longo prazo. Já a caça permanece constante com alto impacto e está espalhada em 15% da área.

Fontes

Decreto nº 1.822 de 30 de Novembro de 1939 http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-coservacao/serra%20do%20orgaos.pdf

Decreto nº 90.023, de 02 de Agosto de 1984 http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-coservacao/serra%20dos%20orgaos_1.pdf

ICMBio http://www.icmbio.gov.br/parnaserradosorgaos/ http://www.icmbio.gov.br/portal/o-que-fazemos/visitacao/ucs-abertas-a-visitacao/207-parque-nacional-serra-dos-orgaos

PARNASO http://www.parnaso.tur.br/

Observatório de UCs da Rede WWF http://observatorio.wwf.org.br/unidades/cadastro/413/