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Também são ameaças à Rebio do Tinguá ospalmiteiros, ladrões de areia, pedreiras clandestinas, passarinheiros e carvoeiros que contribuem para a destruição da flora e fauna locais.
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Também são ameaças à Rebio do Tinguá os palmiteiros, ladrões de areia, pedreiras clandestinas, passarinheiros e carvoeiros que contribuem para a destruição da flora e fauna locais.
  
 
Ao todo, segundo último levantamento feito na reserva, existem 350 famílias morando no interior da Rebio do Tinguá, que possui titularidade de sua terra toda regularizada.  
 
Ao todo, segundo último levantamento feito na reserva, existem 350 famílias morando no interior da Rebio do Tinguá, que possui titularidade de sua terra toda regularizada.  

Edição das 13h32min de 16 de janeiro de 2018

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Reserva Biológica Federal do Tinguá
Esfera Administrativa: Federal
Estado: Rio de Janeiro
Município: Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Petrópolis e Miguel Pereira
Categoria: Reserva Biológica
Bioma: Mata Atlântica
Área: 24.812,9 hectares
Diploma legal de criação: Dec nº 97.780 de 23 de maio de 1989
Coordenação regional / Vinculação: CR8 -Rio de Janeiro
Contatos: Estrada do Comércio, 3400 - Tinguá Nova Iguaçu/RJ – CEP: 26.063-630

TELEFONE:(21) 3767-7009 / VOIP (61) 3103-9906

Localização

Estrada do Comércio, 3400 - Tinguá Nova Iguaçu/RJ

Como chegar

Ingressos

A visitação não é permitida, a não ser para fins educacionais. Visitas guiadas em trilha circular na região da sede com turmas de colégios previamente agendadas.

Conforme preconiza a Lei 9.985/2000, que criou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Snuc), em seu artigo 10º a reserva biológica é uma unidade de conservação do grupo de proteção integral e tem como objetivo a preservação da biota (conjunto de seres vivos) e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas.

As reservas biológicas são de posse e domínio públicos, portanto, áreas particulares que estejam incluídas em seus limites antes da data de criação devem ser desapropriadas. A visitação só é permitida para fins educacionais ou para a pesquisa científica, desde que autorizada pelo ICMBio.

Onde ficar

Objetivos específicos da unidade

Preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais.

Histórico

Criada pelo Decreto Federal nº 97.780, a Reserva Biológica do Tinguá abrange uma área de aproximadamente 24.90o hectares. Localizada entre a Baixada Fluminense e a Serra do Mar, compreende os municípios de Nova Iguaçu (onde fica a sede administrativa), Duque de Caxias, Miguel Pereira e Petrópolis, distando 70 km da cidade do Rio e 16 km do centro de Nova Iguaçu, limite norte da Baixada Fluminense. O acesso à Rebio é feito pela Vila de Cava, distrito de Nova Iguaçu.

A Rebio foi criada com o objetivo de proteger a Mata Atlântica e os demais recursos naturais, com especial atenção para os recursos hídricos, e também para garantir o desenvolvimento de pesquisas científicas e ações de educação ambiental.

A Reserva Biológica do Tinguá está inscrita, desde março de 1991, como Reserva da Biosfera, reconhecida pela Unesco.

Atrações

No seu interior, em local não aberto à visitação pública, encontram-se as ruínas da freguesia de Santana das Palmeiras, povoação que foi abandonada no final do século XIX.

Aspectos naturais

A Rebio do Tinguá preserva em seu interior um grande número de nascentes que formam as principais bacias hidrográficas do estado do Rio de Janeiro. A unidade é de vital importância para a conservação dos mananciais responsáveis pelo abastecimento de parte do estado, em especial de quase 80% da Baixada Fluminense, com benefício direto para a população que utiliza este recurso.

Os rios que nascem na região da Reserva Biológica do Tinguá abrangem a bacia da Baía de Guanabara, das lagoas metropolitanas e zona costeira adjacente, a bacia contribuinte e a Baía de Sepetiba, a bacia do Rio Paraíba do Sul e zona costeira adjacente.

A primeira macrorregião é dividida em cinco sub-regiões, correspondendo a Baía de Guanabara, Baixada de Jacarepaguá, riachos urbanos do Rio de Janeiro, bacias hidrográficas de Niterói e sistema lagunar de Maricá. Dentro dessa macrorregião, os rios que drenam a Rebio do Tinguá desaguam na sub-região da Baía de Guanabara, através dos rios Estrela e Iguaçu.

Já nas bacias contribuintes da Baía de Sepetiba, os rios que nascem na Rebio do Tinguá são o Rio Santana e o Rio São Pedro, que desaguam no rio Guandu. Já em relação à bacia do Rio Paraíba do Sul e zona costeira adjacente, os rios que drenam a Rebio desaguam na sub-região do trecho médio através do rio Piabanha.

Relevo e clima

Fauna e flora

A Rebio do Tinguá está inserido no Corredor de Biodiversidade da Serra do Mar, que é uma das áreas mais ricas em diversidade biológica da Mata Atlântica.A Reserva Biológica do Tinguá é considerada como de extrema importância biológica para a conservação de mamíferos, aves, répteis, anfíbios, além da flora e dos recursos abióticos (água, solo, paisagem, etc) de acordo com o relatório “Avaliação e ações prioritárias para conservação da Mata Atlântica e Campos Sulinos”, produzido em 2000 pelo Ministério do Meio Ambiente e outras instituições.

Entre as espécies ameaçadas protegidas nesta Unidade de Conservação estão: Gavião-pomba (Amadonastur lacernulatus), Muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides), Gato-maracajá (Leopardus pardalis mitis), Choquinha-pequena (Myrmotherula minor), Morcego vermelho (Myotis ruber), Onça-parda (Puma concolor capricornensis), Tiriba (Pyrrhura leucotis), Saudade-de-asa-cinza (Tijuca condita), Águia-cinzenta (Urubutinga coronata).

Flora

Uma espécie recém-descoberta na Rebio do Tinguá é a arbórea Cinira Waltere. O nome faz referência a Walter, antigo caçador e atualmente guia que conduz os pesquisadores pela mata para seus estudos e análises.

A madeira tapinhoã, a bromélia e o mineral tinguaíto, endêmicos na região, também comprovam a exuberância e a riqueza da biodiversidade do lugar. Na Baixada Fluminense, em particular nos rios maiores, existem condições de habitat que suportam a ocorrência de cágados (Hydromedusa tectifera e Phrynops geoffroanus). Lagoas rasas, charcos, áreas alagadiças e brejos localizados no território da baixada são habitats importantes para anfíbios e fundamentais para a reprodução.

Nas porções bem drenadas podem ser encontrados exemplares de Alchornea triplinervia (tanheiro), Croton sp. (sangue-de-drago), Ficus organensis (figueira-do-brejo), Tabebuia sp. (ipê-do-brejo), Virola sp. (bicuíba), Xilopia sp. (pindaíba), Cordia sp. (freijó), Piptadenia gonoacantha (pau jacaré), Parapiptadenia sp. (angico-branco) em meio à ocorrência generalizada de indivíduos das famílias Palmae, Bromeliaceae, Orchidaceae, além de Pteridophytae.

São relatadas, ainda, as espécies murici ou Vochysia tucanorum (pau-de-tucano); Talauma organensis (baguaçu); Parkia sp. (faveira); Miconia theaezans (jacatirão); Plathymenia foliolosa, Alchornea triplinervia, Nectandra sp. e Ocotea sp. (canelas), Croton sp. (sangue-de-dragão); pela ocorrência de Euterpe edulis (palmito) – espécie cada vez mais rara; Geonoma sp. e também do xaxim (Dicksonia sellowiana), ameaçado de extinção.

Fauna

Na Rebio, foi descoberto o menor anfíbio do mundo, o sapo-pulga. A façanha coube ao pesquisador Eugenio Izecksohn, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Dentre as aves paludícolas (que vivem em charcos e lagoas), é comum na Rebio a ocorrência da Gallimula chloropus (frango d'água), o Rallus nigricans (saracuraanã), o Casmerodius albus (garça-branca), o Butoridas siniatus (socózinho), a Jaçana jaçana (jaçanã), o Dendrocygna viduata (irerê), a Fluvicola leucocephala (viuvinha) e a Fluvicola nangeta (lavadeira).

Há ainda a presença de carnívoros – o Cerdocyon thous (cachorro-do-mato), muito comum em toda a Mata Atlântica e com ampla distribuição no Brasil; o Procyon cancrivorus (guaxinim); o Conepatus chinga (aramcabé), a Eira barbara (irara), o Leopardus pardalis (jaguatirica), o Leopardus tigrinus (gato-do-mato) e o Herpailurus yaguarondi (jaguarundi).

Os mais antigos contam histórias de caça da onça parda (Puma concolor) e da onça-pintada (Panthera onca). Na região foram registradas duas espécies de artiodáctilos (que tem os dedos em número par): a Mazama americana (veadomateiro) e a Pecari tajacu (caititu). São espécies tidas como os maiores herbívoros e intensamente procuradas por caçadores.

Entre os primatas, são citados os sagüis Callitrix aurita, C. jacchus e C. pennicillata, o Alouatta fusca (bugio) e o Cebus apella (macaco-prego). Os sagüis C. jacchus e C. pennicillata são exóticos, originários do Norte-Nordeste brasileiro. O macaco-prego é espécie rara, sobrevivendo somente em trechos pouco alterados da Serra do Tinguá. Os bugios sobrevivem devido à sua capacidade de adaptação a áreas alteradas.

Problemas e ameaças

Hoje a reserva está fortemente ameaçada por caçadores que matam animais silvestres para vender carnes exóticas ou os capturam para inclusive exportar. Grandes empresas poluidoras contribuem para a degradação ambiental. Existe até um aterro sanitário, que beira a reserva, onde ilegalmente foram despejados resíduos altamente tóxicos. A população que vive em torno da reserva tem problemas com a contaminação do lençol d'água que consome.

Também são ameaças à Rebio do Tinguá os palmiteiros, ladrões de areia, pedreiras clandestinas, passarinheiros e carvoeiros que contribuem para a destruição da flora e fauna locais.

Ao todo, segundo último levantamento feito na reserva, existem 350 famílias morando no interior da Rebio do Tinguá, que possui titularidade de sua terra toda regularizada.

A urbanização do entorno e suas decorrências como o lixo, as descargas orgânicas, o assoreamento e a erosão das margens dos corpos hídricos e as atividades de lazer (com barramentos artificiais nos rios e cachoeiras) estão exigindo demais dos recursos ambientais já pressionados.

Os núcleos urbanos próximos à Reserva Biológica do Tinguá, tais como Jaceruba, Rio D'ouro, Santo Antônio, Tinguá e Xerém, crescem gerando aglomerações urbanas dependentes do núcleo central do município, como é o caso de Xerém.

A expansão dessas áreas se dá na informalidade, nas encostas, à margem de estradas e nas áreas aluviais dos rios, com todos os efeitos decorrentes desse tipo de ocupação. A ocupação da área do entorno da Rebio, notadamente na sua porção leste, continua em expansão, pelas condições de mercado próprias de informalidade sem qualquer observância da Lei do Snuc e das normas de edificação e ambientais.

Fontes

http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-coservacao/rebio_tingua.pdf
TINGUÁ CONSERVA PEDAÇO DE MATA ATLÂNTICA. Matéria ICMBio