Reserva Extrativista Riozinho do Anfrisio

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Reserva Extrativista Riozinho do Anfrisio
Esfera Administrativa: Federal
Estado: Para
Município: Altamira, Itaituba, Rurópolis e Trairão
Categoria: Reserva Extrativista
Bioma: Amazônia
Área: 736135,28
Diploma legal de criação: Dec s/nº de 08 de novembro de 2004
Coordenação regional / Vinculação: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) - Coordenação Regional 3 - Escritório ICMBio Altamira/PA.
Contatos: ICMBio Altamira/PA (93) 3515 0803

Endereço: Rua Coronel José Porfírio, 3455 - São Sebastião - Altamira/PA - CEP: 68.372-040 E-mail: luis.guimaraes@icmbio.gov.br Telefone: (93) 3515-0803 Chefe da Unidade: Luis Wagner Ferreira Guimarães

Localização

A Resex Riozinho do Anfrísio está localizada na porção norte da bacia hidrográfica do rio Xingu, município de Altamira, sudoeste do estado do Pará, em uma região conhecida como Terra do Meio. Esta região concentra cerca de trinta áreas protegidas, entre Terras Indígenas, Unidades de Conservação Federais e Unidades de Conservação Estaduais, representando um dos maiores blocos de conservação do Brasil, o corredor de biodiversidade do Xingu.

Limita-se com o município de Rurópolis ao norte, com a Terra Indígena Cachoeira Seca a nordeste, com a Floresta Nacional do Trairão e Parque Nacional do Jamanxim (municípios de Itaituba e Trairão) a oeste, com o Rio Iriri e a Resex do Rio Iriri a leste, a Terra Indígena Xipaya a sudeste, e com a Floresta Nacional de Altamira ao sul.

Como chegar

A partir de Altamira, chega-se ao Riozinho por via fluvial subindo Rio Xingu e depois seu afluente Iriri até o Riozinho do Anfrísio. No período chuvoso, a viagem dura aproximadamente quatro dias e na estiagem de seis a doze dias em barco motor.

Algumas estradas foram construídas na região por madeireiros e grileiros e estão vinculadas a conflitos e invasões. Desta forma, apesar de constituir uma melhoria na infra-estrutura da região, também pode constituir uma ameaça à população da Resex.

Ingressos

Onde ficar

Objetivos específicos da unidade

A Resex Riozinho do Anfrísio está inserida na grande bacia hidrográfica do Rio Xingu, região que abriga uma das maiores biodiversidades do planeta. A presença de populações tradicionais é responsável por sua riqueza social e cultural e também pela conservação dos recursos naturais existentes.

Histórico

A Resex Riozinho do Anfrísio está inserida na grande bacia hidrográfica do Rio Xingu, região que abriga uma das maiores biodiversidades do planeta. A presença de populações tradicionais é responsável por sua riqueza social e cultural e também pela conservação dos recursos naturais existentes.

Entre os anos de 1850 e 1970 a ocupação não indígena da região do Riozinho do Anfrísio esteve vinculada, principalmente, à extração da seringa e, em menor quantidade, da castanha-do-pará. A maioria dos moradores da Resex nasceu no local e possui ancestrais oriundos do Nordeste, principalmente dos estados do Maranhão, Ceará e Rio Grande do Norte (os chamados arigós). Vieram, em sua maioria, durante o primeiro e segundo ciclo da borracha, e trabalharam para seringalistas, tais como Anfrísio Nunes, Calixto da Silva Porto, Messias Oliveira, Frisan Nunes, Anísio Virgílio e Pedro Cesaria de Oliveira. A população atual é, portanto, resultantes da miscigenação de indígenas com seringueiros vindos do nordeste.

Atrações

Aspectos naturais

Geologia

Grande parte do interfluvio Iriri-Xingu e Iriri-Jamanxim, especialmente a porção coberta pelas Florestas Ombrófilas Abertas está localizada sob o Complexo Xingu. As rochas muito antigas dessa unidade geológica do período Pré-Cambriano (desde o surgimento da Terra até cerca de quinhentos e quarenta milhões de anos atrás) Inferior a Médio afloram com destaque na bacia do Rio Xingu. É um agrupamento de rochas que sofreram diferentes processos de transformação (metamórficas). No âmbito dessa unidade destacam-se:

  • rochas quartzosas presentes na serra da Baliza;
  • os alinhamentos de estruturas, incluindo falhas e fraturas presentes nas serras do Pilão e do Estragado.

Solos

Na região do Riozinho do Anfrísio e do rio Iriri existe a associação de solos predominante argilosos com coloração vermelho-amarelo, que são relativamente profundos e muito bem drenados. Em suas variações distribuídas na área do Riozinho, há porções de alta fertilidade. Também pode ser encontrado este mesmo tipo de solo com a presença de cascalhos. Outro tipo de solo associado à região é o Latossolo que tem como característica ser um solo profundo, bem drenado e homogêneo, o que significa que não há uma gradação de cores. Esses tipos de solos estão associados a um relevo suavemente ondulado, indicados no mapa como solos Podzólicos Vermelho Amarelo (argisolos). Nas áreas em que o relevo é ondulado e fortemente ondulado as características do solo são diferentes: encontra-se solos mais rasos, com aproximadamente cinqüenta centímetros de espessura, e com textura grosseira - no mapa identificado pelos solos litólicos.

Hidrografia

O Riozinho do Anfrísio é afluente do Rio Iriri, tem aproximadamente duzentos quilômetros de extensão e suas nascentes se localizam no interior da Flona Altamira. Suas principais características são: sinuosidade, estreitamento, leito pouco profundo, riqueza de matéria orgânica, águas de coloração escura e afloramentos rochosos localizados por todo o curso do rio, associados às variações topográficas da região.

A bacia hidrográfica do Riozinho do Anfrísio também se caracteriza pela grande quantidade de igarapés, largamente utilizados como corredores de escoamento para as atividades extrativistas. Os principais igarapés utilizados para esse fim são: Limão, Pereira, Antonio Gomes, São João, São Pedro, Buiuçú, Viriato, Conceição, Perdidos, Tapiri de Cima, Tapiri de Baixo, Najasal, Palhal, Santo Antônio, Anternozinho, Piracuí, Aurora, Terra Preta, Cachoeirinha, Curuazinho, Patoazal, Nobelino, Malandros, Anselmo, Ferventado e Charuto.

Relevo e clima

Relevo

A região apresenta relevo na maioria de forma aplainado, com relevos acidentados e dissecados pela floresta submontana. Algumas áreas estão situadas no planalto residual.

Clima

O interflúvio Iriri-Xingu e a bacia do Rio Iriri estão localizados sob o domínio climático quente, pois a temperatura média em seu regime térmico é superior a 22ºC ao longo de todo o ano. Considerando-se o regime de umidade, o subdomínio climático é o úmido com três meses secos (julho a setembro em Altamira, PA). Quanto ao tipo climático, a sazonalidade estacional e os sistemas de circulação atmosférica apresentam caráter transicional do equatorial para o tropical, sendo que a região está sob o regime do Brasil central com o pico pluviométrico no verão e o mínimo no inverno.

Fauna e flora

Fauna

Aves

Estima-se que a Terra do Meio possui um total de quinhentas e trinta e cinco espécies de aves. Número altamente expressivo de biodiversidade, que faz da região uma das mais ricas em número de espécies do mundo. A consolidação dos dados obtidos nos inventários realizados pelos rápidos levantamentos expeditos e reconhecimentos em São Pedro do Iriri, Vila do Caboclo e Atravessado, em julho de 2002, e no perímetro ocidental da Terra do Meio (Trairão e Novo Progresso) em maio de 2002 resultaram no registro de trezentos e sessenta espécies de aves. Antigos registros provenientes do Rio Iriri e Rio Curuá, não replicados nas duas recentes campanhas, perfazem dezesseis registros adicionais.

Durante o levantamento realizado na ESEC Terra do Meio foram registradas duzentas e dezoito espécies de aves (cento e dezesseis não-passeriformes e cento e dois passeriformes) de cinqüenta de duas famílias. Na área do Rio Novo foram identificadas cento e sessenta e três espécies, enquanto que na do Rio Iriri, cento e setenta e cinco foram registradas, o que corresponde a aproximadamente 17% da avifauna listada para a região amazônica.

Mamíferos

Levantamentos preliminares indicam que existe uma alta diversidade de espécies de mamíferos não voadores e de morcegos (no mínimo oitenta e duas espécies) na Terra do Meio. Por outro lado, a presença de espécies ameaçadas de extinção, a exemplo do macaco-aranha (Ateles marginatus), já evidencia a importância de unidades de conservação na região. O grupo dos primatas é um dos mais diversos, com aproximadamente onze espécies.

Herpetofauna

Por se tratar de um local com grandes extensões, compreendendo diferentes tipos de formação vegetal e algumas áreas com elevações, espera-se a ocorrência de uma herpetofauna bastante rica. As localidades Amazônicas mais bem estudadas abrigam tipicamente de cento e trinta a cento e oitenta espécies da herpetofauna, incluindo cerca de quarenta a noventa espécies de anfíbios e cinqüenta a noventa espécies de répteis

Ictiofauna

Os numerosos igarapés da Terra do Meio, situados em uma extensa área de terra firme entre os rios Xingu e Iriri, abrigam uma ictiofauna característica, composta principalmente por espécies de pequeno e médio porte e que, via de regra, não ocorrem em rios maiores. De acordo com a AER, a ictiofauna dos igarapés amostrados na Flona de Altamira e no Parna Jamanxim (UCs vizinhas a Resex Riozinho do Anfrísio) pode ser caracterizada como rica em espécies, mas com uma diversidade Beta (entre locais) relativamente baixa. Quanto às bacias hidrográficas presentes na região, foram capturados exemplares de quarenta e três espécies na bacia do Curuá e cinqüenta e seis na do Jamanxim, com trinta e duas espécies comuns às duas drenagens.

Flora

A região do Riozinho do Anfrísio é formada predominantemente pela Floresta Ombrófila Aberta, que se caracteriza por grandes árvores bastante espaçadas, de folhas largas, sempre verdes, de altura bastante irregular.

Ao sul, a região é coberta principalmente pela Floresta Ombrófila Densa Submontana (situada aproximadamente entre cinqüenta e seiscentos metros de altitude). Já as Florestas Densas Aluviais se distribuem ao longo dos rios. As florestas aluviais são áreas sujeitas à inundação periódica pelas cheias dos rios. Estas áreas são ocupadas por formações vegetais adaptadas à submersão total ou parcial durante o período chuvoso do ano. Estas formações apresentam fisionomia variada e muitas espécies exclusivas de áreas alagáveis.

As características mais marcantes das espécies desses tipos de florestas são a dispersão predominante por mamíferos, presença de sementes ou propágulos de tamanho e massa consideráveis; com pouca capacidade de dormência e pequeno tempo de viabilidade. Ao contrário das espécies de capoeira, que formam banco de sementes, as espécies dessas florestas formam bancos de mudas. As estratégias para a regeneração natural bem sucedida são muitas, incluindo espécies especialistas de clareiras naturais e espécies tolerantes ao sombreamento em diversos graus.

A Resex é rica em espécies economicamente importantes como a Hevea brasiliensis (seringueira), Carapa guianensis (andirobeira), Copaifera spp. (copaibeira), Orbignya speciosa (babaçu), Oenocarpus bataua (patauá), entre outras, além da castanheira (Bertholletia excelsa).

Problemas e ameaças

Fontes

http://sistemas.mma.gov.br/cnuc/index.php?ido=relatorioparametrizado.exibeRelatorio&relatorioPadrao=true&idUc=258

http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-coservacao/PM%20Rsx%20Riozinho%20do%20Afrisio.pdf