Mudanças entre as edições de "Parque Nacional da Serra da Canastra"
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O parque possui uma beleza cênica com grandes paredões de rocha com inúmeras cachoeiras atraindo praticantes de esportes de aventura e de turismo contemplativo. | O parque possui uma beleza cênica com grandes paredões de rocha com inúmeras cachoeiras atraindo praticantes de esportes de aventura e de turismo contemplativo. | ||
Edição das 19h22min de 12 de fevereiro de 2014
Nome da Unidade: Parque Nacional da Serra da Canastra
Bioma: cerrado
Área: 197,8 mil hectares
Diploma legal de criação: Criado em 3 de abril de 1972. Decreto n° 70.355.
Coordenação regional / Vinculação: Parna federal, órgão gestor ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade)
Contatos:
Tel: (37) 3433-1324
Endereço sede: Av. Presidente Tancredo Neves, 498. CEP: 37.928-000
São Roque de Minas – MG
Email: parnacanastra@icmbio.gov.br
Índice
Localização
Situado no sudoeste de Minas Gerais, o Parque Nacional da Serra da Canastra. A região do PNSC abrange seis municípios: São Roque de Minas, Sacramento, Delfinópolis, São João Batista do Glória, Capitólio e Vargem Bonita. Ainda faltam 130.000 hectares por indenizar.
A área reúne dois maciços: a Serra da Canastra e a Serra das Sete Voltas, com o vale dos Cândidos no meio.
Como chegar
As cidades mais próximas em estrutura aeroportuária são Araxá (MG) a 160 km do parque e Piumhi (MG) a 70 km da nascente do São Francisco. O parque está a 320 km de Belo Horizonte. De BH, é preciso percorrer a BR-381, em seguida a BR-262 sentido Triângulo Mineiro e seguir a MG-050 até Piumhi.
De São Paulo, o caminho é por Campinas de onde se acessa Minas Gerais por Paraíso e Passos. De Passos, cruzar a ponte do rio Grande e entrar na área não regularizada via São João Batista do Glória ou seguir pela rodovia MG-050 até Piumhi e dali para São Roque de Minas e Vargem Bonita. Há ainda a possibilidade de entrar no estado de Minas via Franca, sentido Delfinópolis e acessar o parque por sua área não regularizada. A rodovia MG-050 é pavimentada e as demais opções são feitas em estradas de terra muitas vezes em estado precário, desaconselhável para veículos que não sejam de tração 4x4.
Ingressos
O horário de visitação é de 8h às 18h e recomenda-se entrar até as 16h. A velocidade de tráfego nas estradas é de 40 km por hora.
Valor do ingresso individual é R$ 13, com desconto de 50% pra brasileiros (R$ 6,50).
Onde ficar
O parque abrange seis municípios com vocação turística e opções de lazer. O acesso à nascente do rio São Francisco e à parte alta da Casca D'anta são mais próximos de São Roque de Minas (11 e 38 km, respectivamente) e a parte baixa da Casca D'anta fica mais próxima de Vargem Bonita MG (24 Km).
Objetivos específicos da unidade
O Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação, contato com a natureza e de turismo ecológico. Como objetivo específico, a UC tem de proteger em estado natural as zonas de recarga e cabeceiras de drenagem inseridas nos chapadões da Canastra e da Babilônia, assim como proteger nascentes das bacias dos rios são Francisco, Araguari, Santo Antônio, Bateias, Grande e Ribeirão Grande.
A preservação das fitofisionomias do cerrado com formações florestais, savânicas e campestres, o que é pouco comum em outras áreas protegidas deste bioma e ainda área de tensão ecológica entre o cerrado e a floresta atlântica conformam parte dos objetivos desta UC. Assim como proteger espécies endêmicas de plantas e espécies de aves de campos limpos secos e campos limpos úmidos ameaçadas de extinção (codorna-mineira, inhambú-carapé, curiango-do-banhado e andarilho), locais de descanso de aves migratórias
Histórico
O Parque Nacional da Serra da Canastra foi criado em 1972 para proteger as nascentes do rio São Francisco, que brotam no imenso chapadão da região. A Serra da Canastra é uma espécie de berçário de rios situado bem no divisor de duas bacias hidrográficas: a do rio Paraná e a do rio São Francisco. Da bacia do Paraná, um dos rios mais conhecidos que nascem no chapadão é o Araguari, também chamado de Rio das Velhas na parte inicial. Foi às margens dele que no século 18 surgiu o garimpo de ouro que deu origem à histórica vila de Desemboque, marco de toda a ocupação no centro do Brasil.
Mas a história da região remonta ao século 16, quando ocorreu uma expedição comandada por Américo Vespúcio à foz do rio São Francisco, em 1501. A exploração da área iniciou-se com a vinda da comitiva de Tomé de Souza, que trouxe o português Garcia d’Ávila, um dos primeiros desbravadores a penetrar o interior do continente a partir do grande rio. A região do interior começou a ser povoada pelo colono com a pecuária como principal atividade que abastecia todo o litoral canavieiro. Mas o que impulsionava a ocupação da área era o sonho de um paraíso material no novo continente, o Eldorado.
No século XIX, a região foi percorrida pelo mineralogista alemão W. von Eschwege e pelo botânico francês Auguste Saint-Hilaire, que registraram informações sobre os locais por onde passaram. A maior parte dos núcleos de povoamento em torno da serra da Canastra, tem origem no período setecentista, mas consolidou-se no século XIX.
A ocupação foi marcada pela expulsão de índios e quilombolas e na penetração gradativa dos colonos brancos e mestiços. Devido à crise da mineração nos grandes centros auríferos, muitos buscaram novas terras ali para exercer a atividade do garimpo e depois dedicar-se à agricultura e à criação de gado.
A fabricação do queijo canastra, uma tradição local, data de mais de 150 anos, sendo que os métodos artesanais de fabricação do queijo pouco se alteraram em relação aos do início do século XIX. Inicialmente ela era comercializada localmente e transportada em carros de boi. Depois passou a ter mais procura pelo queijo canastra.
Sobre a origem do nome, remonta à tradição dos bandeirantes de nomear os acidentes naturais como marcos sinalizadores dos seus roteiros. Canastra é um antigo vocábulo português de origem grega, utilizado para denominar um tipo de arca móvel, rústica, de formato retangular, que muito provavelmente os próprios bandeirantes carregavam em suas tropas. Dada a semelhança desse objeto com a forma da serra, vista à distância, teria sido o principal motivo de designação do local.
Atrações
Arquivo:Dsc07170.jpg
O parque possui uma beleza cênica com grandes paredões de rocha com inúmeras cachoeiras atraindo praticantes de esportes de aventura e de turismo contemplativo.
Os pontos mais procurados são a nascente do rio São Francisco, a parte alta da Casca D'anta, primeira cachoeira do Rio São Francisco com 186 metros de altura, e sua parte baixa. Há piscinas naturais na parte superior antes da queda e um mirante.
Um destaque para a Cachoeira dos Rolinhos, o Curral de Pedras (utilizado para conter o gado durante a pernoite dos tropeiros), a Garagem de Pedras – um antigo entreposto para os habitantes do Vão dos Cândidos que subiam a chapada a pé ou em “lombo de burro” para ter acesso à estrada que ligava e liga São Roque de Minas ao Triângulo Mineiro.
Aspectos naturais
A Serra da Canastra tem altitudes que beiram os 1.500 metros com variações são abruptas, inclusive nas estradas, que ainda sofrem intempéries e erosões na época das chuvas. É recomendado o uso de veículos 4x4 em boa parte do ano. A melhor época para visitação é de abril a outubro, pois o tempo está menos chuvoso o que facilita o acesso às atrações.
A vegetação predominante é de campos rupestres, com manchas de cerrado e matas ciliares.
O parque apresenta dois sítios arqueológicos em condições de preservação e segurança precários e ainda mal estudados com pinturas rupestres e outros elementos ainda não totalmente identificados.
A UC contém um número significativo de espécies que constam da lista brasileira e ou das listas estaduais de espécies ameaçadas de extinção, assim como significativos de biodiversidade.
Relevo e clima
O relevo é acidentado e a vegetação rasteira com grandes vistas panorâmicas e muitas cachoeiras com altura acima dos 100 metros. As características do relevo e da vegetação favorecem também a observação de animais selvagens, como o tamanduá-bandeira, o lobo-guará e o veado-campeiro.
A região é denominada de planaltos da Canastra e constituída por cristas, barras e vales. O relevo da UC é composto por morros alongados elevados e colinas.
O clima regional é caracterizado pela sazonalidade, com chuvas no verão e inverno seco. A temperatura média do mês mais frio é inferior a 18º C e a do mês mais quente não ultrapassa 22º C.
O período de dezembro a fevereiro é o mais chuvoso. O índice pluviométrico anual varia entre 1.300 e 1.700 mm.
Fauna e flora
A fauna apresenta espécies endêmicas de anfíbios e répteis como pererecas, populações de mamíferos ameaçados como tatu-canastra, macaco-sauá, gato palheiro, lobo-guará, raposa-do-campo, lontra, veado-campeiro.
O cerrado tem uma vegetação xeromorfa, com árvores de aspecto tortuoso, além de plantas herbáceas.
Problemas e ameaças
Os incêndios de origem antrópica tendem a aumentar drasticamente gerando um impacto severo nos próximo 20 anos. A pastagem também tende a crescer de forma generalizada.
A área originalmente prevista para o Parque Nacional era muito maior que 200 mil hectares e incluía toda a região da Serra da Babilônia. Ele foi reduzido em razão do custo das desapropriações, mas agora está sendo objeto de uma revisão que o iniciou em 2001.
A área desapropriada para a implantação do parque tinha dezenas de fazendas e os fazendeiros ofereceram resistência e tiveram que ser retirados à força pela Polícia Federal. Até hoje o valor das indenizações continua a ser questionado na justiça.
Fontes
http://www.serradacanastra.com.br/parque/parque.html
http://observatorio.wwf.org.br/unidades/cadastro/307/
http://observatorio.wwf.org.br/site_media/upload/gestao/documentos/D70355.pdf