Parque Estadual Nascentes do Paranapanema

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O Parque Estadual Nascentes do Paranapanema foi criado em 2012 com uma área de 22,5 mil hectares de Mata Atlântica preservada, com água cristalina brotando de 1.002 nascentes que dão origem ao Rio Paranapanema, um dos mais importantes rios paulistas. Um maciço florestal que abriga a maior quantidade de onças pintadas do Sudeste e as últimas populações de monos-carvoeiros do País.



Parque Estadual Nascentes do Paranapanema
Esfera Administrativa: Estadual
Estado: Sao Paulo
Município: Capão Bonito
Categoria: Parque
Bioma: Mata Atlântica
Área: 22211,43
Diploma legal de criação: Decreto nº 58.148, de 21/06/2012
Coordenação regional / Vinculação: Fundação para Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo
Contatos: Av. Dr. Péricles de Freitas, 156 -Capão Bonito/SP - CEP: 18.304-756

E-mail: fflorestal@fflorestal.sp.gov.br
Telefone: (15) 3542-3173

Localização

Localizado no sudoeste paulista, no Município de Capão Bonito.

Como chegar

Ingressos

Onde ficar

Objetivos específicos da unidade

Proteção da biodiversidade, dos recursos hídricos e do corredor biológico de Paranapiacaba, formando um contínuo biológico que busca garantir a perpetuidade dos seus processos ecológicos e fluxos gênicos, bem como a realização do ecoturismo, lazer e a educação ambiental para toda a sociedade.

Histórico

A proposta para a criação do Parque Estadual Nascentes do Paranapanema surgiu das amplas discussões iniciadas no âmbito dos planos de manejo das Unidades de Conservação já existentes na região, com particular destaque para o processo que culminou com o Plano de Manejo do Parque Estadual Intervales.

Ele faz parte do Mosaico de Unidades de Conservação do Paranapiacaba, uma área singular para a conservação da biodiversidade, por se tratar do maior fragmento de Mata Atlântica remanescente.

Atrações

Trilha do Amendoim: em seu primeiro trecho, existe um ponto para observação da mata, um pequeno mirante formado por um deslizamento de terra. A partir de então a trilha segue pela margem do Rio Paranapanema em um trecho de declive percorrendo áreas com Mata Atlântica em estádio avançado de conservação, com a possibilidade de observação da flora e fauna, e alguns pontos para banho.

Cachoeira da Casa de Alvenaria: uma queda d ́agua com cerca de 7 metros de altura com poço, dentro da mata.

Aspectos naturais

Solo

A área do parque é composta por um complexo mosaico de diferentes tipos de solo, litologias e declividades. Do ponto de vista de solos, pode-se observar um certo gradiente de tipos de solo conforme nos afastamos da escarpa da Serra, sendo que as partes mais baixas apresentam associações entre Noeosolos litólitocos e Cambissolos Haplícos, enquanto nos topos mais altos, predominam os Neossolos Litólicos, Neossolos Quartzarênicos e Gleissolos. Em algumas porções da cumieira da Serra, que acabam adentrando por porções mais elevadas próximas ao Rio Paranapanema, predominam os Argisolos e Nitossolos.

Hidrografia

A região do Parque Estadual Nascentes do Paranapanema conta com mais de mil nascentes mapeadas. Estas nascentes alimentam diversos rios, incluindo os rios Paranapanema e Guapiara, de quinta ordem, Córrego do Bacalhau, Córrego do Lajeadinho, Córrego do Souza, Córrego do Toucinho Cru, Ribeirão das Formigas, Rio das Almas e Rio das Conchas, de quarta ordem, além de diversos cursos menores. Tais nascentes são fundamentais para o abastecimento de água de parcela significativa dos 247 municípios que compõem a bacia, sendo parte deles no estado de São Paulo e parte no do Paraná. Ademais, segundo o Comitê Interestadual da Bacia do Rio Paranapanema, o rio é responsável por aproximadamente 5% da hidroeletricidade gerada no país, o que confere ainda maior importância para as suas nascentes.

Relevo e clima

Relevo

O parque está localizado em uma região formada por complexa rede de drenagem composta pelos afluentes do rio Paranapanema. Ela compreende altitudes entre 680 e 1040 metros, com 17 morros com altitude superior a 1000 metros, tanto em porções da Serra de Paranapiacaba, quanto em regiões mais interiorizadas do Planalto.

Clima

A região do Parque Estadual Nascentes do Paranapanema apresenta temperaturas amenas e períodos de chuva bem definidos nos meses de verão, de dezembro a março, alternados com períodos de menor índice de chuva no inverno. Desta maneira, o regime de chuvas, segue o padrão observado para a região Sudeste, com predomínio de chuvas de verão. O trimestre mais chuvoso inicia-se em dezembro, e a porcentagem do total das chuvas anuais para o trimestre mais chuvoso varia de 31 a 41%. Contudo, as vertentes da Serra de Paranapiacaba funcionam como anteparo para os ventos carregados de umidade oriundos do Oceano Atlântico, provocando instabilidades orográficas durante todo o ano, que por vezes, alcançam as regiões do contraforte da serra. Assim, apesar de certa sazonalidade, as variações observadas envolvem a não ocorrência de meses secos durante o ano, com pluviosidade média entre 1.700 e 2.400 mm e temperaturas médias variando de acordo com a configuração geral do relevo e a altitude, de 17 a 22ºC. A região encontra-se totalmente ao sul do Trópico de Capricórnio, e as geadas são frequentes nos meses de inverno. As temperaturas médias mensais e também a anual seguem fortemente o padrão da topografia, já que o principal controle climático deste elemento é a altitude. As baixadas voltadas para o Vale do Ribeira são as áreas mais quentes, e os topos do planalto e morros do PENAP, as mais frias. Fevereiro é o mês mais quente na região do PENAP, sendo que as temperaturas variam entre 19 e 23°C, enquanto no mês de julho, o mais frio, a temperatura média oscila entre 11 e 15°C.

Fauna e flora

Fauna

Na região do Parque Estadual Nascentes do Paranapanema ocorrem altíssimos níveis de diversidade e endemismo de anfíbios. Uma parcela significativa destas espécies ocorre apenas nas florestas situadas em altitudes superiores aos 600 m, geralmente no Planalto Atlântico, o que confere unicidade a estas áreas florestais. Neste contínuo ocorre a maior extensão de floresta no Planalto Atlântico Paulista remanescente, uma vez que a maior parte das florestas encontra-se atualmente confinada as escarpas das serras, de maior dificuldade para ocupação e em parte da planície litorânea.

O número de espécies de aves na área do parque ultrapassa as 300 espécies. Os dados sistematizados pela BirdLife apontam para 14 espécies Ameaçadas em nível global, 29 quase ameaçadas, 121 espécies endêmicas para o bioma Mata Atlântica e 23 espécies de distribuição restrita e apenas ocorrendo na região do contínuo de Paranapiacaba.

Das endêmicas, 21 espécies de aves são classificadas como altamente sensíveis a alterações no habitat e provavelmente constituem o grupo mais vulnerável a perda e fragmentação do habitat. Nesse grupo figuram espécies de grande porte como a Jacutinga (Aburria jacutinga) e o Gavião-pombo-grande (Pseudastur polionotos); frugívoros de grande porte como o Araçari-banana (Pteroglossus bailloni) e o Corocochó (Carpornis cucullata); espécies com distribuição geográfica restrita, como o ameaçado Patinho-grande (Platyrinchus leucoryphus) e insetívoros como o Arapaçu-escamado-do-sul (Lepidocolaptes falcinellus), o Trepadorzinho (Heliobletus contaminatus), o Trepador-sobrancelha (Cichlocolaptes leucophrus); e espécies mais típicas da baixada litorânea e que provavelmente encontram na região do PENAP seu limite de distribuição em direção ao interior, como a ameaçada Choquinha-de-garganta-pintada (Myrmotherula unicolor) e o Cuspidor-de-máscara-preta (Conopophaga melanops).

O mamífero de grande porte mais comum na área do parque é a Anta (Tapirus terrestres), sendo amplamente distribuída e bastante abundante.

Dois cervídeos podem ser encontrados na área do parque, o Veado catingueiro (Mazama guazoubira) e o Veado Bororo (Mazama bororo). O veado Catingueiro, de coloração parda, pode ser encontrado nas regiões com maior nivel de alteração na vegetação, principalmente nas regiões da borda do Contínuo. Por outro lado, o Veado Bororo, espécie mais avermelhada do que a anterior, apresenta maior abundancia no interior do contínuo em áreas em melhor estado de conservação. Vale ressaltar que o Veado Bororo é a espécie mais ameaçada de cervídeo do Brasil segundo a IUCN, mas relativamente abundante na área do parque.

Outro aspecto de alta relevância para a conservação desta área é a presença de individuos de Onça Pintada.

Flora

O contínuo ecológico de Paranapiacaba representa uma das áreas mais bem conservadas entre os remanescentes de Floresta Atlântica no Brasil.

Problemas e ameaças

Fontes

http://sistemas.mma.gov.br/cnuc/index.php?ido=relatorioparametrizado.exibeRelatorio&relatorioPadrao=true&idUc=2839

https://www.uc.socioambiental.org/node/591590

http://www.rbma.org.br/penap/penap.pdf

http://www.rbma.org.br/programas/programa_mosaicos_corredores_ecologicos_5.asp