Parque Nacional da Serra do Gandarela

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Parque Nacional da Serra do Gandarela
Esfera Administrativa: Federal
Estado: Minas Gerais
Município: Caeté (MG), Itabirito (MG), Mariana (MG), Nova Lima (MG), Ouro Preto (MG), Raposos (MG), Rio Acima (MG), Santa Bárbara (MG)
Categoria: Parque
Bioma: Mata Atlântica
Área: 31.270,83 hectares
Diploma legal de criação: Decreto s/n de 13/10/2014

Processo nº 02070.002759/2009-75 - ICMBio

Coordenação regional / Vinculação: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio

CR11- Lagoa Santa

Contatos: Av. Drª Vilma Edelweiss dos Santos, 115, CEP 3.34E+7, Lundcéia

Lagoa Santa/MG
Telefone: (31) 36811905
E-mail: mario.fontini@icmbio.gov.br

Localização

A 30 km de Belo Horizonte, com acesso pelas oito cidades limítrofes: Nova Lima, Raposos, Rio Acima, Caeté, Itabirito, Santa Bárbara, Ouro Preto e Mariana.

Como chegar

De carro ou ônibus a partir de Belo Horizonte, pela MG - 030. Ônibus 3838

Ingressos

a entrada gratuita

Onde ficar

Há diversos hotéis e pousadas na região. Lembre-se: é proibido acampar dentro do Parque.

Objetivos específicos da unidade

Garantir a preservação de amostras do patrimônio biológico, geológico, espeleológico e hidrológico associado às formações de canga do Quadrilátero Ferrífero, incluindo os campos rupestres e os remanescentes de floresta semi-decidual, as áreas de recarga de aquíferos e o conjunto cênico constituído por serras, platôs, vegetação natural, rios e cachoeiras.

Histórico

Em setembro de 2009 o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) recebeu um documento assinado por 25 entidades de Minas Gerais, tendo à frente o Projeto Manuelzão, chamando à atenção para a importância ambiental da região da Serra do Gandarela e para o risco que a região corria, se nada fosse feito para a sua proteção. Propunham a criação de uma unidade de conservação na região. Considerando que o Quadrilátero Ferrífero já era considerado uma Área prioritária para a conservação, o ICMBio abriu o processo de criação e passou a trabalhar na elaboração de uma proposta oficial, finalizada e publicada em outubro de 2010. Estes estudos, assim como mapas atualizados da proposta podem ser acessados no endereço eletrônico: http://www.icmbio.gov.br/o-que-fazemos/criacao-de-unidades-de-conservacao/lista-de-consultas-publicas.

A proposta apresentada pelo estudo passou a ser discutida em várias instâncias, tendo ocorrido reuniões com o Estado, com todas as Prefeituras envolvidas, com Empresas e com representantes da população local, buscando o aprimoramento da proposta. Ao final de 2011 foi instituído pelo Governo do Estado um Grupo de Trabalho (GT) que buscou viabilizar a proposta sem inviabilizar empreendimentos projetados para a região, que já estavam em licenciamento.

A proposta levou em consideração as necessidades das populações dos municípios, numa região que há séculos tem na mineração a atividade que gera a maior parte de sua renda. Por isso, muito se conversou com os empreendedores que querem trabalhar, gerar emprego e renda, mas reconhecem a importância ambiental da região, de suas águas e de sua biodiversidade. Dessas negociações resultou uma proposta que conciliou a criação do Parque Nacional com quase todos os empreendimentos de mineração que estavam em licenciamento quando a proposta do Parque ficou pronta: Mundo Minerals (Rio Acima), Ferro Puro (Santa Bárbara), MSOL (Itabirito) e Pedreira Um (Santa Bárbara).

Atrações

O Parque Nacional Serra do Gandarela possui imenso potencial turístico, reforçado pela facilidade de acesso a partir de Belo Horizonte ou Ouro Preto e região. A Serra do Capanema é ligada a Ouro Preto por rodovia asfaltada que encontra a Rodovia dos Inconfidentes, a 25 km de Ouro Preto e 35 km de Mariana. Portanto, será possível estabelecer uma portaria a poucos minutos de carro do pólo de turismo histórico mais importante do país. De Capanema e de Rio Acima, há dois acessos distintos, cada um a cerca de 70 Km de Belo Horizonte.

Contribuem para este potencial as várias possibilidades de práticas de ecoturismo, turismo de aventura, turismo pedagógico, observação da vida selvagem, visitação científica, de realização de caminhadas curtas e longas (travessias), ciclismo, escalada, visitação a cavernas e sítios históricos. E há, ainda, as dezenas de cachoeiras balneáveis, de águas límpidas em meio a remanescentes bem preservados de Mata Atlântica, vegetação campestre e Cerrado.

O Parque inclui paisagens inusitadas, como várias lagoas em áreas de altitude, configuração peculiar e rara, grandes mirantes de belíssimas paisagens, com estradas de acesso já existentes e inúmeras trilhas, incluindo a travessia histórica de Capanema ao Caraça, com cerca de 300 anos de existência. Esta diversidade possibilita um rico trabalho de interpretação ambiental que abre os horizontes, principalmente para a população dos municípios envolvidos e vizinhos, para trabalhos de educação ambiental e patrimonial.

Além dos atrativos ligados à natureza, o Parque Nacional da Serra do Gandarela inclui alguns sítios históricos que, além de demandarem cuidados para sua preservação, aumentam ainda mais o potencial turístico da unidade de conservação. Na porção sul, na região da serra de Capanema e Batatal, há importante acervo histórico (ruínas) dos séculos XVIII e XIX, citadas em importantes trabalhos de naturalistas do século XIX que por ali passaram, dentre eles: Spix e Martius, Richard Burton, Barão de Escheweg e Saint-Hilaire. Outros sítios de interesse histórico são o “Retiro dos Capetas”, a “Casa Forte” e um muro de pedra considerado parte da “Estrada Real”.

Aspectos naturais

A região é o último fragmento significativo de áreas naturais em bom estado de conservação dentro do Quadrilátero Ferrífero, contendo importantes remanescentes de Mata Atlântica semidecídua, de vegetação de campos rupestres sobre canga e sobre quartzito, em transição com formações do Cerrado. A grande variedade de ambientes, típica de áreas de transição entre biomas, está diretamente relacionada à riqueza de espécies existente e à elevada diversidade biológica. No caso da Serra do Gandarela, à alta diversidade soma-se o fator qualitativo, com taxas excepcionais de ocorrência de espécies raras, endêmicas, microendêmicas e ameaçadas de extinção.

Outro ponto importante é a existência na área de uma quantidade expressiva e em bom estado de conservação do geossistema de cangas, uma das formações mais ameaçadas do Brasil por sua inevitável coincidência com áreas de interesse minerário. A posição estratégica entre unidades de conservação já existentes e o estado de conservação da área possibilita a formação de um corredor ecológico com elevada taxa de conectividade entre ambientes naturais, potencializando os efeitos benéficos da unidade para a conservação da natureza.

Destaca-se ainda o fato de tratar-se de área de recarga de aqüíferos (característica intrínseca às cangas), com grande concentração de nascentes, córregos e rios que drenam para as bacias dos rios Conceição e das Velhas, importantes afluentes, respectivamente, dos rios Doce e São Francisco. Estes mananciais são considerados estratégicos inclusive para o abastecimento presente e futuro da região metropolitana de Belo Horizonte, em face do seu contínuo crescimento populacional. Há ainda a presença de lagoas temporárias de altitude, que são formações únicas e raras. A abundância de nascentes, córregos e rios, aliada à topografia acidentada, leva à existência de inúmeras cachoeiras.

Relevo e clima

As feições de relevo mais notáveis neste setor, que é possivelmente uma das regiões do Quadrilátero Ferrífero com maior diversidade de formações geológicas, são as serras que formam o arco do Espinhaço, que se destaca na paisagem. A região, com altitudes acima, de 1.650 metros é forte produtora de água, possuindo milhares de nascentes, drenando para as grandes bacias dos rios São Francisco e Doce.

Fauna e flora

Fauna: O Quadrilátero Ferrífero, onde o Parque está inserido, é uma região de transição entre os biomas Mata Atlântica e Cerrado, o que contribui para um aumento de diversidade de espécies, pela presença de espécies típicas dos dois biomas. Já foram registradas na região algumas espécies de importância para a conservação, podendo ser citadas a “águia-cinzenta” (Harpyhaliaetus coronatus), o capacetinho-do-oco-do-pau (Poospiza cinerea), a onça-parda (Puma concolor), o cateto (Pecari tajacu) e onça-pintada (Panthera onca).

Flora: A vegetação compreende formas de campos rupestres, campos graminosos, cerrados e florestas, todos em bom estado de preservação.

Problemas e ameaças

Fontes

Proposta de Criação: http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/o-que-fazemos/Estudo%20que%20originou%20a%20proposta.pdf
Página do ICMBio para o Parna da Serra do Gandarela: http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/unidades-de-conservacao/biomas-brasileiros/mata-atlantica/unidades-de-conservacao-mata-atlantica/5074-parna-da-serra-do-gandarela.html
Folder para consultas: http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/o-que-fazemos/folder_consultas_PNGandarela_2.pdf